'Fireraisers', como naqueles com chamas nas veias - tinham o suficiente da espiral interminável de estupidez e ódio e ganância e hipocrisia religiosa / política - o inexorável aumento da mente idiota e daqueles que sonambulavam nas suas colmeias preguiçosas, deixando-os fazer isso connosco… um rito moderno para queimar tudo isso no chão e ver que lindas flores se erguem do chão... imaginamos um exército de crianças desencantadas e espancadas tornando-se mágicos anarquistas modernos... 'se todos cuspirmos juntos podemos afogar os idiotas’.
O último LP foi um abraço gentil, interior e melancólico às 2 da manhã e talvez nós continuássemos a seguir uma estrada mais doce mas o estado do mundo fez com que fôssemos obrigados a aumentar a confusão e tornar algo mais brutal e imediato. Desafiando nosso último LP, agora a tristeza da noite tardia transforma-se em manhã raivosa. Duas semanas de festas de finais de tarde a ouvir 45’ com The Rationals/ Nerves / Messthetics/ Back From The Grave garage/ composições Fading Yellow/ The Jam/ Dead Moon – o que apetecesse. Tentando descobrir como Rufus Thomas soaria se ele se juntasse a Swell Maps... condensando isso tudo, misturando e absorvendo e depois esquecendo tudo e lançando a fita psíquica em álbuns dignos de gotas pop furiosas e uivos lentos.
Gravado numa sala de estar no norte de Londres com James Hoare (The Proper Ornaments/ Ultimate Painting), com a ajuda de Joseph Harvey-Whyte (Hanging Stars), o pedal mais forte. Depois, foi transformado em disco pelo baterista/ produtor MJ Taylor que também produziu o LP Realistes - o primo mais próximo deste Fireraisers Forever!... canções sobre a miragem gananciosa da religião mundial, Victor Jara e os poetas e professores mortos por acreditarem no amor e nas palavras, sobre os esquecidos que são culpados por tudo e que não se podem erguer para se defender, sobre a rua Kali-Yuga, terroristas ocultos com QI baixo mas alto PES, sobre os Godfrey Brothers, sobre o cão do Lou Reed de luto numa viagem a tentar enterrar o seu mestre nalgum lugar no deserto, sobre aqueles que ficaram presos nos dias de glória do seu passado e todos os outros perdedores e românticos habituais que sempre criticamos e mandamos abaixo - com melodia e batidas adicionais... não dando respostas reais, apenas apontando dedos e espicaçando nas costas... tendo como desafio apenas ficar calado e deixar os idiotas ganharem.
Portanto Comet Gain ainda está vivo – na tentativa de ser um colectivo e uma ideia que surge de vez em quando com os mesmos sons erráticos e irritados – este último é mais alto que o anterior mas às vezes talvez mais calmo. É feito duma surpresa que a mente do ódio está a ganhar e não estamos a fazer nada a respeito disso – continuamos a votar nesses bozos e a não queimar e mandar abaixo toda essa feia fachada ao chão. E está cheio de amor e raiva. E são cerca de 40 minutos de duração o que é sempre uma coisa boa.