A produção de fake news está a funcionar como uma indústria poluente, tão lucrativa para os que a exploram quanto nociva para os que a consomem. E a partir do momento em que é utilizada como instrumento de propaganda política, desinformação e manipulação da opinião pública, torna-se urgente a neutralização do vírus. Objectivo para o qual este livro, da autoria do director e do director-adjunto do Polígrafo (o primeiro jornal português de fact-checking), visa contribuir, explicando e reflectindo sobre o fenómeno e apresentando medidas de profilaxia eficazes que consistem na promoção da literacia mediática e da verificação de factos.
Este tema é tão actual que se torna urgente falarmos dele e explicarmos às pessoas como se podem defender e identificar as fake news. As notícias falsas estão em todo o lado, todos já vimos na internet, na televisão e até em grupo de amigos que difundem informações que não são verdadeiras. Temos de estar preparados para perceber o que é real e o que é falso.
A difusão de informação falsa ou enganadora não é um fenómeno novo. Mas o desenvolvimento tecnológico e a consagração das plataformas digitais como principal fonte de informação resultaram num agravamento do fenómeno, atingindo um nível de virulência que o transforma numa das mais prementes ameaças às sociedades livres, plurais e democráticas.
Enfrentamos uma epidemia de fake news, parte integrante de uma mais ampla guerra da desinformação e cujos efeitos são evidentes: do Brexit e eleição de Donald Trump, ambos em 2016, à vitória de Jair Bolsonaronas eleições presidenciais do Brasil em 2018, passando pelo crescimento de movimentos antivacinação, negacionistas das alterações climáticas ou vendedores de curas milagrosas, por entre inúmeras fraudes,mentiras e teorias de conspiração.