quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Crónica de Actualidade Politica - Argentina Marques


Abstenção, o que fazer?

Apesar do apelo ao voto do Presidente da República, da Comissão Nacional de Eleições e dos partidos concorrentes, a abstenção foi mesmo a grande vencedora das eleições do passado domingo.
Com níveis de abstenção recordes, a mudança passará pela credibilização do sistema político que apenas será possível quando os principais partidos estiverem dispostos a encarar os interesses internos existentes. Algo que não será fácil de fazer perante líderes partidários que dependem dos votos dos militantes para a sua eleição, muitos deles reféns das teias do seu próprio partido.
Uma das medidas que poderá ser o ponto de partida para a reforma do Sistema Político é a limitação de mandatos dos deputados, à semelhança do que acontece com os presidentes de câmara e com o Presidente da República, medida também defendida em Programas Eleitorais nestas eleições e que espero que seja apresentada durante a próxima legislatura. 
Ao longo da última década muito se tem falado da geração dos políticos profissionais e dos riscos inerentes a esta condição, como o facto de estarem cada vez mais longe dos problemas da sociedade, mas pouco se tem feito.

Com a presença de 3 novos partidos na Assembleia da República e de 94 caras novas, este é o momento ideal para se avançar com algumas mudanças de fundo e terminar definitivamente com os dinossauros da política, que em tempos poderão ter dado bons contributos para o país, mas que neste momento o seu handicap de conhecimento da sociedade não funciona como elo de ligação entre a decisão política e o estado.
Numa sociedade em constante mudança e com profissionais capacitados para exercer funções nas mais diversas áreas, não se justifica termos deputados há mais de 12 anos na Assembleia da República. Qualquer pessoa que esteja por dentro do que se passa nos principais partidos portugueses, sabe que existe uma “quota” em cada distrito, em lugar exigível, que é muitas vezes preenchida por pessoas indicadas pelas nacionais dos respetivos partidos e que tem obrigatoriamente ser eleitas.
Assim, só com a reforma do sistema político e com a limitação de mandatos para os deputados é que podemos começar a credibilizar um sistema político moribundo e a médio prazo reduzir a abstenção.

Apresentação Argentina Marques

O meu nome é Argentina Marques, tenho 44 anos e sou Economista. 

Atualmente sou Diretora Financeira da Nova SBE e nestes últimos anos especializei a minha atividade profissional na Gestão Orçamental, em entidades como o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social e a Direção Geral do Orçamento. 

A paixão pela intervenção pública levou-me a abraçar desde jovem a participação em Órgãos Autárquicos e Associativos, bem como o comentário político na rádio Sesimbra FM e em diversos jornais como o Sesimbrense, Jornal de Sesimbra, Nova Morada e Sesimbra à Quinta. 

Nas últimas eleições autárquicas liderei a candidatura de um Movimento Independente de Cidadãos, experiência que considero muito enriquecedora no seio da democracia portuguesa.