sexta-feira, 22 de maio de 2020

A história dos Mercedes-Benz Classe E Coupé e Cabriolet


Elegante, desportivo e luxuoso: ao longo da história do Mercedes-Benz Classe E, isto é refletido em particular nas variantes coupé e cabriolet. Estes veículos combinam as reconhecidas virtudes do Classe E, designadamente a segurança exemplar e o total conforto durante longas viagens, com um particular requinte estético. Até aos dias de hoje, são estas qualidades que fazem com que os Classe E Coupé e Cabriolet sejam tão bem-sucedidos. A tradição desta série de modelos teve início há mais de 50 anos com os modelos Stroke/8 Coupé da série de modelos 114 e há quase 30 anos com os cabriolets da série de modelos 124.

Desde 1993, quando os veículos neste segmento de mercado da Mercedes-Benz receberam a designação de Classe E, a utilização de motores topo de gama da Mercedes-AMG também tem sido uma tradição. Esta marca de veículos desportivos e de elevada potência já era reconhecida pelas suas versões de elegantes modelos desportivos de duas portas equipados com motores de elevadas prestações: o Mercedes-Benz 300 CE 6.0 AMG – a versão coupé do modelo apelidado de “The Hammer” – é particularmente espetacular.

O modelo “Stroke/8” foi produzido desde 1968 até 1976 enquanto os sucessores da série de modelos 123 deliciaram os seus admiradores desde 1977 até 1985. A série de modelos 124 que incorporou a designação de Classe E desde 1993 incluiu o elegante coupé desde 1987 até 1996. Entre 1991 e 1997, juntou-se a este segmento na qualidade de primeiro cabriolet da Mercedes-Benz, também da série de modelos 124.

A tradição dos modelos Classe E Coupé e Cabriolet continuou nos anos seguintes com os dois modelos CLK: a série de modelos 208 (coupés: 1997 até 2002; cabriolets: 1998 até 2003) e a série de modelos 209 (coupés: 2002 até 2009; cabriolets: 2003 até 2009). Desde 2009 até 2016, os coupés e os cabriolets da série de modelos 207 foram mais uma vez atribuídos à família de modelos Classe E, até serem substituídos pela série de modelos 238, que foi lançada em dezembro de 2016.

O “Stroke/8” Coupé foi a pedra lapidar de uma excelente tradição em 1968
Em Novembro de 1968, a Mercedes-Benz fascinou os seus clientes com o lançamento de um elegante modelo de duas portas. Conhecidos afetuosamente como série “Stroke/8”, os coupés da série de modelos 114 complementaram os topos de gama da gama da série de modelos 114/115 e lideraram firmemente o segmento. A seleção de motores não deixava margem para dúvidas: os modelos de duas portas só estavam disponíveis com motores de seis cilindros. De facto, o motor M114 com o sistema eletrónico de injeção de combustível Bosch D-Jetronic no topo de gama 250 CE (110 kW/150 CV) estava reservado para os coupés. Duas revistas de automóveis, a “Motor-Rundschau” e a “auto motor und sport” ensaiaram os modelos e atingiram uma velocidade máxima de 198 km/h no modelo 250 CE, enquanto a “Automobil Revue”, uma revista da especialidade sedeada em Berna na Suíça, até atingiu os 199 km/h. Desta forma, o modelo atingiu quase a mágica marca dos 200 km/h, que naquela altura ainda era um registo excecional para veículos ligeiros de passageiros. Naturalmente a Mercedes-Benz escolheu o circuito de Hockenheimring para apresentar os seus coupés há 50 anos.

Os especialistas estavam igualmente impressionados com o design desportivo e com os equipamentos de elevada qualidade do interior – o revestimento em madeira de elevada qualidade no painel de instrumentos e os tapetes do piso são apenas alguns exemplos.

Tecnologicamente, o coupé assemelha-se à limousine, mas a nível estético destaca-se claramente do modelo de quatro portas: o para-brisas e o vidro traseiro apresentam uma maior inclinação comparativamente ao limousine e, em conjunto com o perfil do tejadilho, que é 45 milímetros mais baixo, criam uma silhueta dinâmica. Os vidros laterais, tanto os dianteiros como os traseiros, também não possuíam moldura e podiam ser totalmente abertos. Ao eliminar o pilar B, a estética geral era melhorada e a visibilidade para o exterior não era prejudicada. O para-choques, que se estendia de forma arredondada até aos guarda-lamas traseiros, complementava a aparência harmoniosa.

Em 1972, a Mercedes-Benz apresentou o 280 CE de 136 kW (185 CV) como o novo modelo topo de gama da família “Stroke/8” Coupé. Até à data da descontinuidade da produção em agosto de 1976, a Mercedes-Benz tinha fabricado um total de 67,000 modelos Coupé da série de modelos 114. O modelo mais bem-sucedido, com 21,787 unidades fabricadas, foi o 250 CE de 1972. O modelo coupé era uma variante muito desejada no estrangeiro: cerca de 60% dos veículos fabricados foram exportados.

C 123: elegância desportiva para individualistas
A Mercedes-Benz continuou a história de sucesso dos coupés “Stroke/8” na seguinte geração de veículos que precedeu o Classe E. A série de modelos 123 de duas portas celebrou a sua estreia no Salão de Genebra em Março de 1977. Juntamente com os modelos 280 C e 280 CE equipados com motor de seis cilindros, estava também disponível o modelo 230 C, e portanto pela primeira vez, um modelo de quatro cilindros. O grupo-alvo era um segmento de clientes exigentes: “Os coupés apresentados em Genebra destinavam-se a entusiastas por motores de elevado desempenho, que valorizavam ao mesmo tempo uma individualidade estética e um dinamismo notório dos seus veículos,” foi a forma como o sentimento foi expresso no kit de imprensa para o salão automóvel.

Tal como no caso do “Stroke/8”, os coupés evidenciam um visual estreitamente ligado ao dos modelos limousine. Contudo, revelam um visual claramente muito mais independente do que o dos seus antecessores, sendo essa a razão pela qual o kit de imprensa referiu o seu “carácter inconfundível”. O perfil da carroçaria, por exemplo, era 40 milímetros mais baixo e 85 milímetros mais curto do que o do limousine, devido à menor distância entre eixos. Além disso, o para-brisas e o vidro traseiro eram mais inclinados, enquanto os vidros laterais, que não eram separados por um pilar B, podiam ser totalmente abertos. “O resultado do ponto de vista do observador é um perfil mais comprido com um visual mais dinâmico. Para os ocupantes, isto significa um campo de visão excecional e totalmente desimpedido,” realçou o kit de imprensa.

O nível de revestimento era baseado nos modelos limousine topo de gama. Todos os três modelos coupé estavam equipados com largos faróis retangulares, grelhas de entrada de ar cromadas em frente ao para-brisas e revestimento cromado abaixo dos farolins traseiros. O habitáculo ainda mais estável com uma estrutura do tejadilho mais rígida, os pilares do tejadilho de elevada resistência e as portas reforçadas foram importantes inovações tecnológicas comparativamente aos modelos antecessores. A capacidade de absorção de energia perante um impacto nas secções dianteira e traseira foi significativamente aumentada através da utilização de estruturas de deformação programada.

A gama composta pelos modelos 230 C (80 kW/109 CV), 280 C (115 kW/156 CV) e 280 CE (130 kW/177 CV) foi complementada em Setembro de 1977 pela variante diesel 300 CD equipada com motor de cinco cilindros (59 kW/80 CV), embora esta estivesse reservada para exportação para o mercado da América do Norte. Em 1981, este primeiro diesel coupé foi sucedido pelo 300 CD turbo diesel (92 kW/125 CV). A produção dos modelos 230 C e 280 C com carburador foi descontinuada em 1980, enquanto o modelo 230 CE (100 kW/136 CV) equipado com sistema de injeção de gasolina foi acrescentado à gama.

A produção do modelo C 123 terminou em Agosto de 1985 após um ciclo de produção de oito anos e de um total de 99,884 unidades produzidas. A versão mais rara era o modelo 280 C, do qual apenas foram fabricadas 3,704 unidades num período de três anos e meio, enquanto o mais bem-sucedido foi a versão 280 CE, do qual foram produzidas 32,138 unidades. O fascínio destes elegantes modelos de duas portas continua em evidência nos dias de hoje, sendo comprovado pelas posições que ocupam como veículos clássicos recentes com elevada procura. Para os admiradores, o que a Mercedes-Benz escreveu na brochura de 1982 ainda se aplica à atualidade: “A geometria da carroçaria do Mercedes coupé revela uma elegância desportiva intemporal. Sem floreados nem modas passageiras. A sua geometria fluida chama particularmente a atenção embora esteja integrada no visual geral do veículo com as máximas harmonia e simplicidade.”



Série de modelos 124: o primeiro Classe E com vista para o céu
Em Março de 1987, a Mercedes-Benz apresentou o novo coupé da série de modelos 124 no Salão de Genebra – no verão de 1993, recebeu o título “Classe E Coupé”. Mas o veículo desportivo e elegante com as suas linhas sedutoras e modernas não foi o único veículo de duas portas da série de modelos a ser lançado: 1991 foi o ano do primeiro cabriolet neste segmento. Ambos os modelos já eram clássicos recentes muito procurados. Enquanto os primeiros coupés desta série de modelos já podiam receber um certificado de veículo histórico e desta forma a cobiçada designação “H” na matrícula a partir de 2017, os mais recentes cabriolets não seriam elegíveis para tal designação até ao ano seguinte.

O novo veículo da série de modelos 124 deu continuidade à vigorosa tradição de modelos coupé de quatro lugares da Mercedes-Benz neste segmento de mercado. Tal como no caso dos seus antecessores, os engenheiros e designers tomaram o limousine como os seus pontos de partida a nível tecnológico e também criaram o coupé com base na versão de quatro portas no que diz respeito ao estilo. Todavia, o coupé destaca-se logo à primeira vista como um veículo distinto, desportivo e elegante. Tal como na série de modelos 123, o conjunto do piso do modelo de quatro portas foi encurtado, a distância entre eixos foi reduzida em 85 milímetros para os 2,715 milímetros, destacando as linhas compactas e desportivas do coupé. Os painéis laterais, o tejadilho e a secção traseira foram significativamente modificados, mantendo apenas a secção dianteira substancialmente inalterada relativamente ao limousine.

A Mercedes-Benz não comprometeu no que diz respeito à segurança passiva, apesar das adaptações consideráveis à estrutura da carroçaria: os engenheiros compensaram a omissão dos pilares B reforçando os pilares A, as longarinas e as portas através da utilização de uma elevação da proporção de painéis de aço de elevada resistência. Foi também utilizada uma nova abordagem no acabamento do tejadilho: o revestimento foi prolongado ligeiramente até abaixo do vidro traseiro, o que permitiu aumentar quer a segurança quer o conforto dos passageiros traseiros. Os frisos de proteção integrados nos painéis longitudinais das embaladeiras das portas eram uma característica de design que destacou a singularidade dos coupés comparativamente às restantes variantes de carroçaria nesta série de modelos.

A gama de modelos incluía inicialmente as versões 230 CE (97 kW/132 CV) e 300 CE (132 kW/180 CV). Em 1989, no International Motor Show (IAA) em Frankfurt/Main, foi lançada uma gama de modelos totalmente redesenhada. O novo topo de gama era a versão 300 CE-24 (162 kW/220 CV) com motor de 3.0 litros de quatro válvulas do modelo desportivo 300 SL-24 (R 129). O equipamento disponível incluía jantes de liga leve, vidros elétricos, volante e alavanca de velocidades revestidos em pele, revestimento em madeira de nogueira e luzes de sinalização de porta aberta nas portas. Quando a remodelada série de modelos 124 foi lançada no outono de 1992 com novos motores e revestimentos, os motores dos coupés foram totalmente convertidos para a tecnologia de quatro válvulas. A gama de motores disponíveis incluía agora o motor de 3.2 litros de quatro válvulas na versão 320 CE (162 kW/220 CV), adotado do Classe S da série de modelos 140.

Logo em 1991, a Mercedes-Benz lançou o elegante cabriolet da série de modelos 124 no IAA para criar uma ligação entre o prazer de condução com capota aberta e as virtudes estabelecidas da série de modelos. O cabriolet de quatro lugares com capota de lona foi o primeiro veículo deste tipo da Mercedes-Benz após um longo interregno de 20 anos. A capota de lona retrátil de 43 quilos era constituída por um sistema articulado de 27 peças e 34 articulações. Mesmo na condição de capota aberta, esta permitia um volume suficiente na bagageira para o transporte de bagagem. Inicialmente, o 300 CE-24 cabriolet foi disponibilizado ao público a partir da primavera de 1992.

Os engenheiros fizeram todos os esforços para desenvolver o cabriolet com base no coupé. Parte deste esforço foi aplicado na criação de uma carroçaria mais rígida, para tornar o modelo de quatro lugares tão confortável e seguro quanto os restantes membros da família. Para esta finalidade, cerca de 1,000 componentes foram totalmente redesenhados. Os componentes estruturais foram produzidos a partir de chapa de aço mais espessa ou de elevada resistência. As áreas sujeitas a uma maior tensão foram adicionalmente reforçadas com duplas estruturas, chapas de ligação ou nervuras de reforço. Estas soluções também incluíram as chapas diagonais de reforço conhecidas dos modelos desportivos SL da série de modelos R 129. Foram também instalados amortecedores de vibração na torre da suspensão esquerda, na estrutura do tejadilho sobre o para-brisas e nas cavidades laterais da bagageira. Estes reduzem as vibrações incómodas na carroçaria que podem ocorrer em veículos cabriolets devido à ausência de uma estrutura completa do tejadilho. O pack total de medidas de design incorporado na carroçaria tornou o cabriolet não só confortável mas também tão seguro quanto as variantes sedan, wagon ou coupé na eventualidade de uma colisão frontal, traseira ou lateral. Para a proteção na eventualidade de um capotamento, os pilares A foram soldados para formar uma unidade robusta nas secções vulneráveis à deformação, tendo sido também instalada uma barra anticapotamento acionada automaticamente.

O primeiro Classe E e os motores topo de gama da AMG
Em Junho de 1993, a Mercedes-Benz apresentou a geração facelift da série de modelos 124. Tal como no caso de todas as restantes versões da série de modelos, o cabriolet recebia agora o título Classe E. Os modelos de duas portas seriam ligeiramente redesenhados, com a renovada grelha do radiador, conhecida do Classe S e que se prolongava agora pelo capot, e ainda a nova posição da estrela Mercedes no capot. As versões de quatro cilindros E 200 (100 kW/136 CV) e E 220 (110 kW/150 CV) bem como a de seis cilindros E 320 (162 kW/220 CV) eram os modelos disponíveis.

O novo motor topo de gama para os modelos coupé e cabriolet de 1993 era o E 36 AMG (200 kW/272 CV). Estas variantes de elevada potência estabeleceram uma tradição emocional que ainda perdura nos tempos atuais nas desportivas e elegantes versões de duas portas do Classe E produzidas pela Mercedes-AMG. Os modelos topo de gama foram disponibilizados ao público a partir do outono de 1993. Destacaram-se esteticamente das restantes versões de motores em resultado dos componentes discretamente destacáveis: a cúpula de entrada de ar dianteira, as proteções das embaladeiras laterais e o para-choques traseiro, pintados na cor da carroçaria e harmoniosamente integrados na geometria da carroçaria, e ainda as jantes de liga leve AMG de 17 polegadas.

Entre 1987 e 1996, foi fabricado um total de 141,498 modelos coupé da série de modelos C 124, enquanto de 1991 a 1997 foi produzido um total de 33,952 modelos cabriolet da série de modelos A 124. Ambos os desportivos e elegantes modelos de duas portas registaram elevadas percentagens de exportação.

O CLK aceita o testemunho
No Salão de Genebra de 1993, a Mercedes-Benz apresentou um emocionante conceito de coupé. O modelo de quatro lugares e de duas portas revelou um novo visual de “duplo farol” da Mercedes-Benz, que fez a sua estreia em 1995 no Classe E da série de modelos 210. Este concept car foi o arranque de um idioma estilístico para o lançamento de uma iniciativa estratégica de produtos e antecipou o idioma de design dinâmico de muitos modelos subsequentes. Quer os admiradores, quer os observadores profissionais, ficaram encantados. Contudo, os potenciais compradores interessados tiveram de aguardar até 1997. Só nesse ano o CLK Coupé (série de modelos 208), que revelava uma surpreendente semelhança com o concept car, foi lançado no mercado.

O novo CLK teve a sua estreia no North American International Auto Show (NAIAS), em Detroit, no mês de janeiro de 1997. Tecnologicamente, o modelo de duas portas era baseado no então atual Classe C (série de modelos 202). Mas, na qualidade de um coupé de quatro lugares de pleno direito, deu continuidade à tradicional abordagem dos modelos Classe E Coupé. Em 1998, o CLK Cabriolet da série de modelos 208 foi também disponibilizado ao público. A gama de motores disponíveis no coupé abrangia desde o quatro cilindros CLK 200 (100 kW/136 CV) até ao V8 topo de gama do modelo CLK 430 (205 kW/279 CV). A versão V6 do CLK 320 (160 kW/218 CV) era o cabriolet mais potente na gama.

Em 1999, ambas as versões da família CLK foram significativamente aperfeiçoadas no âmbito de um facelift do modelo. O extenso equipamento de série incluía agora proteções das embaladeiras e frisos de proteção pintados na cor da carroçaria, capas dos espelhos exteriores com luzes de mudança de direção integradas, regulação elétrica da altura e da posição longitudinal dos bancos dianteiros, cintos de segurança dianteiros com regulações automáticas para um maior conforto, um ecrã central no painel de instrumentos, um volante multifunções com botões de controlo do sistema de áudio e do sistema de telefone, luzes de sinalização de porta aberta, autorrádio com RDS “Audio 10”, o Programa Eletrónico de Estabilidade ESP® bem como os sistemas de controlo da velocidade de cruzeiro e SPEEDTRONIC. O novo motor topo de gama disponível para os modelos coupé e cabriolet era o CLK 55 AMG (255 kW/347 CV).

A elegante mas desportiva série de modelos 208 comprovou ser extremamente bem-sucedida: entre 1997 e 2002, a Mercedes-Benz produziu 233,367 unidades de modelos CLK Coupé e entre 1998 e 2003 um total de 115,161 unidades de modelos CLK Cabriolet.

O segundo Mercedes-Benz CLK
Na primavera de 2002, a marca deu continuidade à sua tradição com o CLK da série de modelos 209. O coupé foi primeiro apresentado no Salão de Genebra. A sua característica de modelo independente era enfatizada por um design que tinha sido recém-desenvolvido até ao mais pequeno detalhe: atraentes características estilísticas como a linha contínua dos vidros laterais sem moldura e de abertura total, a adornada grelha do radiador característica da marca com a estrela Mercedes posicionada ao centro, o recém-criado visual de duplo farol e o expressivo tejadilho estilo coupé contribuíram para a personalidade marcante do veículo.

Na primavera de 2003, o cabriolet da série de modelos 209 foi também disponibilizado ao público. Com a capota aberta ou fechada, o seu estilo elegante é imediatamente reconhecido. A capota de lona de três camadas também oferecia um isolamento exemplar a nível térmico e acústico. Ambas as variantes apresentavam maiores dimensões relativamente aos modelos antecessores, que beneficiavam os ocupantes graças ao maior espaço e a um melhor nível de conforto: no que diz respeito ao espaço oferecido pelos bancos, ao espaço para a cabeça, para os joelhos, cotovelos e ombros, os interiores tornaram-se mais espaçosos.

A gama de potência disponível para o coupé e cabriolet iniciava nos 120 kW (163 CV) até 270 kW (367 CV), sendo idêntica para ambos. Uma novidade no coupé era o CLK 270 CDI, que estava equipado com um moderno motor diesel de cinco cilindros com uma potência de 125 kW (170 CV).

A carroçaria também foi evoluída em termos tecnológicos. A rigidez torsional da estrutura do coupé tinha sido melhorada em 40%. A rigidez torsional do cabriolet, um tema importante para os veículos sem tejadilho (com capota), era cerca de 12% superior relativamente ao modelo antecessor. No departamento da aerodinâmica, também foram realizadas melhorias: o coeficiente aerodinâmico (cd) do coupé era de 0.28 enquanto o do cabriolet era de 0.30.


O CLK e o desporto automóvel
O CLK DTM AMG, que teve a sua estreia na forma de coupé na primavera de 2004 e na forma de cabriolet no outono de 2005, representou uma clara associação ao desporto automóvel. Ambas as versões foram fabricadas em pequenas séries de apenas 100 unidades cada. Destacaram inconfundivelmente a sua herança desportiva: o motor equipado era um AMG V8 de 5.5 litros e 428 kW (582 CV) de potência. A carroçaria evidenciava semelhanças com o veículo do DTM, com um expressivo kit de carroçaria que incluiu um aerofólio traseiro. O toque de autêntico veículo do desporto automóvel também era transmitido pelo interior que, por exemplo, estava equipado com bancos integrais desportivos AMG revestidos em pele, com cintos de segurança de quatro pontos e ainda o volante de competição AMG com revestimento em camurça.

Ambas as versões do veículo desportivo de elevada potência recordavam a era de sucesso do AMG-Mercedes CLK DTM no German Touring Car Masters (DTM) desde 2000. Nesses veículos do campeonato de turismo DTM, Bernd Schneider sagrou-se campeão em 2000, 2001 e 2003 e vice-campeão no ano de 2002.

O CLK marcou também presença nos grandes prémios de Formula 1: desde 1997 até 1999, o CLK 55 AMG (C 208) foi o Safety Car oficial nos grandes prémios de Formula 1. A série de modelos 209 foi representada por dois Safety Cars: o CLK 55 AMG foi utilizado na temporada de 2003, enquanto o CLK 63 AMG nas temporadas de 2006 e 2007. Os veículos que são utilizados para garantir a segurança dos pilotos nos grandes prémios de Formula 1 em todo o mundo são em grande medida veículos de série da Mercedes-AMG. As principais instalações adicionais correspondem a sistemas de segurança e de comunicação.

Facelifts CLK Coupé e Cabriolet
No Salão de Paris, em 2004, a Mercedes-Benz apresentou uma série especial do CLK 500 Cabriolet limitada a 100 unidades, com um excecional conceito de cores e materiais, criado pelo designer de moda Italiano, Giorgio Armani. No início do verão de 2005, o modelo foi sujeito a uma extensa remodelação. Em ambas as versões de carroçaria, o CLK 350 (200 kW/272 CV) substituiu o anterior CLK 320, enquanto o CLK 280 com um motor V6 de 170 kW (231 CV) foi acrescentado à gama. Desde então, o coupé também estaria disponível na versão CLK 220 CDI com um motor de 110 kW (150 CV). Os clientes podiam então encomendar o cabriolet na versão CLK 320 CDI.

Em 2006, o exclusivo modelo de elevada potência, o CLK 63 AMG com um motor de 354 kW (481 CV) em ambas as versões de carroçaria, celebrou a sua estreia. O CLK 63 AMG Black Series com um motor de 373 kW (507 CV), que estava exclusivamente disponível na variante coupé, colocou a “cereja em cima do bolo”. No verão de 2006, o CLK 500 Coupé seria equipado com um novo motor V8 com uma potência de 285 kW (388 CV).

A série de modelos 209 da Mercedes-Benz apelava a um leque de clientes ainda mais amplo comparativamente ao primeiro CLK. Desde 2002 até 2008, a empresa fabricou não menos de 240,878 unidades do modelo CLK Coupé e de 2003 até 2009 produziu 140,139 unidades do CLK Cabriolet.

Primavera de 2009: estreia da série de modelos 207
Em Março de 2009, os modelos de duas portas regressaram oficialmente à gama do Classe E, dando desta forma continuidade à tradição. No Salão de Genebra o Mercedes-Benz Classe E Coupé na série de modelos 207 celebrava a sua apresentação ao público. Segurança, design, conforto – estas eram as disciplinas nucleares da marca com as quais este veículo mais uma vez redefinia novos padrões. Com o agora clássico perfil lateral sem um pilar B e com os vidros laterais de abertura total, o novo modelo de duas portas era uma interpretação desportiva do design dinâmico do Classe E. Ao mesmo tempo, esta, a versão mais aerodinâmica do coupé, registava um novo mínimo no que diz respeito a aerodinâmica: com um coeficiente aerodinâmico (cd) de apenas 0.24, este modelo era o veículo produzido em série mais eficiente do mundo a nível aerodinâmico.

Na primavera de 2010, seguiu-se o cabriolet da série de modelos 207. A sua capota otimizada a nível acústico proporcionava o mais baixo nível de ruído do seu segmento, mesmo quando o veículo era conduzido a alta velocidade. O opcional sistema inovador AIRCAP, que reduziu a turbulência do ar no interior do veículo e consequentemente também o ruído do deslocamento do ar, forneceu um excecional conforto durante a condução com a capota aberta. O sistema de aquecimento da zona da cabeça AIRSCARF também estava disponível como equipamento opcional – este sistema permitiu prolongar o período sazonal de condução com capota aberta, fornecendo um maior conforto mesmo quando a temperatura do ar exterior era baixa.

A gama de motores disponíveis era extensa. Por exemplo, estavam disponíveis dois novos modelos de quatro cilindros, o E 250 CDI BlueEFFICIENCY com um motor diesel e o E 250 CGI BlueEFFICIENCY com um motor a gasolina. Ambos os motores estavam equipados com tecnologia de injeção direta e produziam uma potência de 150 kW (204 CV). O anterior motor V6 a gasolina era substituído no E 350 CGI BlueEFFICIENCY por um motor de seis cilindros com injeção direta de gasolina orientada, com uma potência de 215 kW (292 CV). O modelo porta-estandarte era o E 500 com um motor V8 que produzia uma potência de 285 kW (388 CV).

No início de 2013, a Mercedes-Benz revelou a remodelada série de modelos 207. Em termos visuais, o coupé e o cabriolet eram moldados com vista a uma maior conformidade com o novo idioma de design da Mercedes-Benz. Estavam disponíveis interiores exclusivos e luxuosos para destacar a individualidade dos clientes e enfatizar a filiação à família Classe E. A seleção de sistemas de assistência orientados para o futuro também foi alargada, como o foi a gama de motores disponíveis. Estavam agora disponíveis seis motores a gasolina com potências desde 135 kW (184 CV) até 300 kW (408 CV) e três motores diesel com níveis de potência desde 125 kW (170 CV) até 185 kW (252 CV). Entre outros equipamentos, eram agora disponibilizados potentes e eficientes motores de quatro cilindros, bem como uma versão de seis cilindros que, pela primeira vez, estava disponível na versão E 400 com sobrealimentação de ar por dois turbocompressores e com uma potência de 245 kW (333 CV).

Em Dezembro de 2016, a produção dos modelos Classe E Coupé e Cabriolet da série de modelos 207 chegou ao fim. Desde o final de 2008 até 2016, a empresa produziu 221,556 unidades do modelo coupé e de 2009 até 2016 produziu 140,925 unidades do cabriolet. O novo Classe E Coupé da série de modelos 238 celebrou a sua estreia mundial em Dezembro de 2016 e foi exibido pela primeira vez num certame internacional em Janeiro de 2017 por ocasião do NAIAS em Detroit. Seguiu-se o cabriolet no Salão de Genebra em Março, que deu início ao próximo capítulo na Mercedes-Benz numa história de sucesso de elegância desportiva.