A 16ª edição do Festival Musidanças vai decorrer amanhã entre as 10h e as 22h, no Mercado de Fusão da praça do Martim Moniz, com entrada livre.
O Musidanças idealizado pelo músico angolano Firmino Pascoal, do projecto Lindu Mona, faz 16 anos. Desde 2001 que este festival se dedica anualmente à promoção e divulgação das artes produzidas por artistas dos países de Língua Portuguesa. Com particular enfoque na música e na lusofonia, o festival utiliza a ideia de Lusofonia para obter maior acesso à inserção social, cultural e artística na sociedade portuguesa. Tenta assim legitimar a presença e a contribuição histórica dos migrantes lusófonos, visando um conhecimento mútuo das diferentes comunidades de expressão lusa.
O dia começa com os Toca a Rufar e outros grupos amigos numa arruada de Bombos, grupos de percussão canto e dança, Ranchos Folclóricos da Casa do Povo de Corroios, e prossegue lado a lado com artistas credenciados como Francisco Naia (canto de intervenção); Lindu Mona (tradicional angolano) e Jorge Rosa (fusão da música tradicional angolana de Sofia Rosa numa interpretação contemporânea); Carlos Clara Gomes (folk luso); o rap e o hip hop dos Monte Real, Classic La Familia, ou, Adjoint; a kizomba de Paulo Ney, e DJ’s como +Plus e Bob Figurante. O Musidanças é apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa, pelo Mercado de Fusão, pela Cadeira Amarela, Toca a Rufar, Casa do Povo de Corroios, RDS, Cristina Lopes e pela Associação Jungleplanet.
Recorde-se que o Musidanças tem sido responsável, em edições anteriores, pela apresentação de muitos artistas hoje reconhecidos no panorama nacional e não só, como: Guto Pires, Braima Galissa, Pedro Moreno, FernandoTerra, Lindu Mona, Celina Pereira, Nancy Vieira, Theo Pascal, Sara Tavares, Melo D, Maré Nostrum, Daskarieh, Terrakota, Francisco Naia, Ngoma Makamba, e as revelações de Dama Bete, Aline Frazão e HMB.
O Musidanças deste ano adopta o lema "Tradição e Urbanidade" e incentiva o debate junto das novas gerações sobre a importância da música tradicional enquanto património cultural. Cada vez mais se assiste a um retorno às músicas de raiz tradicional que tem vindo a ser recuperada tanto pela música pop, rock, ou, electrónica. Estamos perante um fenómeno de apropriação e reinterpretação e um diálogo que se estabelece entre a tradição e a modernidade. Há uma nova geração de músicos e artistas lusófonos que se questiona sobre a história da música no universo das suas origens culturais, e que opera uma transformação e redefinição da música urbana incorporando elementos das músicas do mundo nas suas produções, num ambiente globalizado e cosmopolita.
O Festival Musidanças promete um dia de festa no Martim Moniz com a cultura, a dança e a música lusófonas como cabeças de cartaz.