A Gradiva publica um livro que lança uma nova luz sobre o sector das florestas em Portugal, com frequência falado por razões negativas, como a dos incêndios. Apresenta uma leitura da floresta sob pontos de vista diversos dos habitualmente usados.
A Floresta em Portugal – Um Apelo à Inquietação Cívica faz uma leitura da floresta recorrendo a pontos de vista distintos dos que são usados habitualmente, tornando-se nessa medida um livro diferenciador, e visa aproximar a problemática da floresta em Portugal do público curioso e interessado. Recorrendo a investigação que fundamenta as ideias e a informação, não pretende ser um livro técnico nem científico. Por outro lado, não constitui uma obra autobiográfica, ainda que contenha alguma memória pessoal, num contexto em que o autor viveu experiências ao longo da sua vida profissional que o convenceram da insuficiência dos conhecimentos com que são comummente tratados os assuntos relativos à floresta, bem como de enviesamentos que amiúde deformam as análises.
A imagem do país a arder está bem presente na memória dos portugueses. A floresta, um activo importante para o país, continua a ser maltratada e frequentemente incompreendida. Este livro traça um retrato amplo do sector em Portugal, apresenta números, fornece informação histórica, analisa opções políticas, abordando a floresta nas suas várias vertentes.
Pequeno excerto:
«É costume dizer-se que Portugal é um país florestal — porque a floresta ocupa uma elevada percentagem do território continental. Se isso fosse razão, então também seria um país marítimo — e não é. Esse critério que sustenta a afirmação vai-nos confrontando com a contradição essencial: se é um país florestal, por que razão a floresta é tão mal entendida, tão mal dirigida? Na minha opinião, exactamente porque não é um país florestal!
Essa afirmação surgiu na perspectiva de oposição à velha afirmação de que o país é essencialmente agrícola. Será mais verdadeira uma do que outra?»
Sobre o Autor
Victor Louro nasceu em Braga em 1945 e é Engenheiro Silvicultor, formado pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (1971).
Fez carreira profissional na Administração Pública (Direcção-Geral das Florestas) e liderou o Plano de Acção Nacional de Combate à Desertificação. Foi secretário de Estado da Estruturação Agrária (1976) e deputado à Assembleia da República de 1976 a 1980. Conduziu numerosos processos envolvendo agentes económicos e políticos e é autor de variados trabalhos publicados, de natureza técnica, e de artigos de opinião.