O sétimo romance de Julia Navarro chegou às livrarias espanholas há poucos meses, enquanto decorria o debate de exumação dos restos mortais de Francisco Franco. Se os seus livros são
acolhidos normalmente com fervor e entusiasmo, com este não foi diferente. Não Matarás tem como foco as profundas contradições da sociedade espanhola saída da Guerra Civil e do franquismo numa Europa em mudança.
Nas palavras da autora, Não Matarás é «uma história absorvente que nos fala sobre a culpa, a vingança, o peso da consciência e os fantasmas que nos perseguem e que condicionam as nossas decisões.»
O leitor é levado numa viagem imprevisível, ficcionada, mas ao mesmo tempo carregada de factos históricos e alusivos aos períodos pós-guerra espanhol e Segunda Guerra Mundial. Um livro que acompanha a vida de três jovens amigos, que viveram estas duas guerras do século XX.
«Tu não matarás, filho,
porque nenhum homem
é o mesmo depois de
tirar a vida de outro.»
Sinopse:
Não Matarás tem início numa Espanha acabada de sair da Guerra Civil. Madrid é o cenário onde se inicia a amizade que acompanharemos entre Fernando, Eulogio e Catalina. Embora as feridas da guerra recém-terminada se façam sentir, as expectativas de uma vida melhor não se apagam e continuam a existir pessoas boas que se recusam a aplicar a lógica perversa dos vencedores e dos vencidos, continuando a ajudar os que caíram em desgraça.
Com Fernando, Catalina e Eulogio, partiremos para Alexandria, qual Babel do seu tempo, onde nem a proximidade da guerra consegue romper a coexistência pacífica entre as múltiplas nacionalidades e religiões. Com eles conheceremos uma França ocupada pelas tropas nazis.
A rendição alemã e o final da guerra desencadeiam um projecto de regresso a Espanha que todos querem concretizar com a maior brevidade. Será possível?
Um conjunto de personagens comprometidas com o seu tempo numa história emocionante, comovente e multifacetada numa Europa em mudança e num mundo que sucumbe à insensatez da guerra.