Produzido pela O Som e a Fúria (Portugal) e Norte Productions (França) e com promoção internacional da Agência da Curta Metragem, o filme põe em confronto um dia de eclipse solar em Lisboa e excertos de um poema de Henri Michaux, lido pela atriz francesa Delphine Seyrig.
“Sol Negro” integra a secção Wavelengths do Festival de Toronto, uma secção exclusiva para filmes de vanguarda que coloca em evidência a inovação formal e expressões originais cinematográficas, no contexto de um dos maiores e mais movimentados festivais de cinema do mundo.
Maureen Fazendeiro releva: “Sol negro é o meu primeiro filme feito por inteiro em Portugal, país para onde vim viver em 2014. Em Março de 2015, reuni uma pequena equipa, pedi emprestada uma câmara e, utilizando sobras de película 16mm a preto e branco, filmei o eclipse total do sol, visível a 67% do observatório astronómico de Lisboa. Nesse dia recolhi uma série de retratos de espectadores maravilhados. Quando em 2019, graças a um apoio à pós-produção, pude retomar a montagem interrompida quase quatro anos antes, tratava-se de fazer a arqueologia de um filme a partir de fragmentos de imagens e sons colecionados ao longo do tempo. Lembrei-me de um poema de Henri Michaux que fala de um país imaginado onde só há um sol por mês, evento que desperta uma certa agitação nos seus habitantes.”
Depois de “Motu Maeva”, documentário galardoado no DocLisboa, “Sol Negro” é o segundo filme de Maureen Fazendeiro, que teve estreia mundial, em Julho último, na competição do Curtas Vila do Conde.