A 11ª edição do FUSO - Anual de Videoarte Internacional de Lisboa, que se realiza em Lisboa entre 27 de Agosto e 1 de Setembro, dedica um dos seus programas a uma Open Call, aberta a artistas portugueses e artistas a residir em Portugal.
Para esta edição da Open Call, foram assim recebidos 147 vídeos e seleccionados 14 por Jean-François Chougnet, director artístico do FUSO. Os trabalhos vão ser apresentados no dia 29 de Agosto, às 22h, na Praça do Carvão do MAAT.
A videoarte questiona os modelos tradicionais de representação. Mais do que nunca, a Open Call do Fuso 2019 revela a diversidade das práticas da vídeo arte feita em Portugal e/ou por artistas portugueses. 147 projetos foram submetidos, o que é mais um sinal da vitalidade da cena contemporânea portuguesa. A força e originalidade dos projectos propostos por jovens artistas, mesmo muito jovens artistas (muitos projectos foram apresentados por artistas nascidos na década de 1990) tornou a selecção difícil, afirma Jean François Chougnet.
Os artistas e obras seleccionados
Entre os artistas presentes neste programa, encontram-se: Cinza Nunes regressa ao FUSO, desta feita com o vídeo Périot Meets Acconci; Gonçalo Nogueiro Neves mostra What Really Goes Through Our Minds: The Times They Are A-Changin sobre o consumo constante de tecnologia; o artista plástico Isaque Pinheiro mostra A Gregos e a Troianos, um vídeo pensado e construído enquanto desdobramento de uma obra escultórica interativa e performativa também de sua autoria; o artista visual João Paulo Serafim apresenta Extinct Birds, que questiona os modelos tradicionais de representação, classificação, organização de génese científica; João Pedro Fonseca mostra Animal Fantasma; o músico brasileiro Marcos Kuzka exibe Pong Ping, um duelo entre o telemóvel e o ambiente; a artista portuguesa Margarida Paiva mostra Soul blidness, um filme que aponta para nossa crescente incapacidade de reconhecer que as outras criaturas são seres conscientes como nós; a dupla Marta Lança e Pedro Castanheira apresenta Fertilizante, que nos remete para a vida do campo; o venezuelano Max Provenzano que no ano passado também tinha uma obra seleccionada para a Open Call apresenta Inflasjon, uma reflexão teórica sobre o actual território venezuelano; a artista visual portuguesa a viver em Paris Sandra Rocha apresenta Para que servem as pedras senão para serem deslocadas?; Sofia Caetano, que vive e trabalha entre Pittsburgh, Pensilvânia, e os Açores, tem duas obras seleccionadas: North e Water you broke my heart (by Fatty Con Fetti); Tânia Dinis, cujo trabalho atravessa vários campos artísticos mostra Teresa, um registo íntimo; e por fim o brasileiro Yuri Firmeza, professor de cinema, exibe Apenas um Gesto Ainda Nos Separa do Caos, sobre a dimensão política e poética dos vulcões.
Aos vídeos da Open Call vão ser atribuídos dois prémios: Prémio Aquisição FUSO | Fundação EDP / MAAT, para a melhor obra eleita pelo júri presidido por Margarida Chantre (Fundação EDP/MAAT) e composto por Antoni Muntadas (artista visual), Irit Batsry (artista visual), Isabel Nogueira (curadora, investigadora e professora universitária) e Luciano Scherer & Maíra Flores (vencedores do OPEN CALL FUSO 2018), no valor de 2.500€; e Prémio Incentivo FUSO | Restart, atribuído pelo público, de apoio a um projecto através de cedência de recursos e meios técnicos no valor de 1.500€.
Os dois vencedores vão ser conhecidos no encerramento do festival, no dia 1 de Setembro, às 23h30, no Claustro do Museu da Marioneta.
O FUSO 2019 é de entrada gratuita e realiza-se de 27 de Agosto a 1 de Setembro em vários espaços da cidade: Travessa da Ermida, Praça do Carvão Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), Jardim do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Jardim do Museu Nacional de Arte Antiga, Claustro do Museu Nacional de História Natural e da Ciência e Claustro do Museu da Marioneta.
O FUSO - Anual de Vídeo Arte International de Lisboa está inserido no programa Lisboa na Rua, promovido pela EGEAC.