sexta-feira, 14 de maio de 2021

O Aleph regressa às livrarias


Há muito aguardada, a reedição de O Aleph – o icónico livro de Jorge Luis Borges – chega às livrarias a 20 de maio, dando continuidade à série de novas capas que a Quetzal dedica ao autor argentino, todas elas retiradas do tríptico «As Tentações de Santo Antão», do pintor Hieronymus Bosch, que se encontra no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

Obra incontornável do universo do escritor argentino, O Aleph reúne dezoito narrativas, entre elas, talvez as mais elogiadas e repetidamente citadas, como «O imortal», «Os teólogos», «A escrita do deus» ou «A espera», histórias que mostram as possibilidades expressivas da «estética da inteligência» do mestre, fundindo mentalidade matemática, profundidade metafísica e compreensão poética do mundo – ou seja, o nada, o tudo, o princípio e o fim do mundo, segundo Jorge Luis Borges. Algumas das melhores histórias do grande criador argentino.

Por estas páginas passam quebra-cabeças filosóficos, intrigas fantásticas ou policiais, além de personagens que ficam gravadas na memória como elementos da sua forma de manipular a realidade e as coisas da vida real. Em quase todas as histórias há elementos, pessoas e cenários prosaicos vistos em contextos incomuns e com significados extraordinários, ao mesmo tempo que fenómenos misteriosos se revelam em ambientes quotidianos. Um dos mais importantes livros de Borges. E, naturalmente, da nossa memória e da nossa felicidade como leitores.

A edição da Quetzal Editores tem tradução de José Colaço Barreiros.

Sobre o Autor

Jorge Luis Borges nasceu em Buenos Aires, em 1899. Cresceu no bairro de Palermo, «num jardim, por detrás de uma grade com lanças, e numa biblioteca de ilimitados livros ingleses». Em 1914 viajou com a família pela Europa, acabando por se instalar em Bruxelas, e posteriormente em Maiorca, Sevilha e Madrid. Regressado a Buenos Aires, em 1921, Borges começou a participar ativamente na vida cultural argentina. Em 1923, publicou o seu primeiro livro – Fervor de Buenos Aires –, mas o reconhecimento internacional só chegou em 1961, com o Prémio Formentor, seguido por inúmeros outros. A par da poesia, Borges escreveu ficção (é sem dúvida um dos nomes maiores do conto ou da narrativa breve), crítica e ensaio, géneros que praticou com grande originalidade e lucidez. A sua obra é como o labirinto de uma enorme biblioteca, uma construção fantástica e metafísica que cruza todos os saberes e os grandes temas universais: o tempo, «eu e o outro», Deus, o infinito, o sonho, as literaturas perdidas, a eternidade – e os autores que deixam a sua marca. Foi professor de literatura e dirigiu a Biblioteca Nacional de Buenos Aires entre 1955 e 1973. Morreu em Genebra, em junho de 1986.