«Cadillacs, Coca-Cola e cocaína, presidentes e psicopatas, Norman Rockwell e a máfia… esse sonho que é a América vai continuamente decompondo os seus códigos, qual espiral de ADN ideológico. Mas o que aconteceria se olhássemos apenas para esse aspecto exterior dos Estados Unidos e, com base nessas imagens, construíssemos uma América alternativa? Muito possivelmente, o simulacro revelaria algo da agenda secreta que se esconde sob a tão apelativa superfície do sonho americano.»
Um século após o brutal colapso financeiro e a catástrofe climática que assolaram os EUA, ditando o abandono em massa do continente, o SS Apollo zarpa de Plymouth, Inglaterra, com um pequeno grupo de exploradores determinados em descobrir a fonte da radiação aí detetada — uma fuga numa central nuclear? Uma ogiva em decadência?; mas a América que encontram é irreconhecível: a partir das grandes cidades do Este, agora semi-submersas, estendem-se novos desertos, povoados por estranhas tribos, cidades-fantasma e ecos do passado; e, a Oeste, florescem agora florestas tropicais em redor de uma Las Vegas totalmente iluminada por néons, onde, nas mãos do presidente Charles Manson, se arriscam jogos de poder e loucura que poderão bem ser o início de um novo fim.
Sobre o Autor
J. G. Ballard, filho de pais ingleses, nasceu em 1930 em Xangai para onde o pai tinha ido trabalhar, e morreu em 2009. Na sequência do ataque a Pearl Harbor, ele e a família foram colocados num campo de prisioneiros civis. Regressou a Inglaterra com a mãe e os irmãos em 1946.
Após dois anos em Cambridge, onde estudou Medicina sem concluir o curso, Ballard escreveu para publicidade e foi porteiro em Covent Garden, antes de partir para o Canadá como piloto da Força Aérea britânica. Começou a escrever contos na década de 1950 e estreou-se na ficção mais longa em 1962: The Drowned World é o primeiro romance de uma das mais sólidas carreiras da ficção contemporânea. Celebrizou-se pela sua autobiografia, Império do Sol (adaptada ao cinema por Steven Spielberg), mas é em romances como Crash, Arranha-Céus e Reino do Amanhã que se encontram os seus temas obsessivos: os efeitos psicológicos da cidade e da tecnologia na alienação do ser humano.