sexta-feira, 11 de abril de 2025

Quetzal reedita os diários de Vergílio Ferreira



Chega às livrarias a 17 de abril o primeiro volume de Conta-Corrente, o mais comentado diário literário do século XX, que a Quetzal disponibiliza na totalidade até ao final do ano. Ao todo, são três volumes de mil páginas cada, uma coleção em capa dura com sobrecapa e fitilho, que reúne os nove volumes originais. O Volume I, referente ao período de 1969 a 1981, é apresentado aos jornalistas esta tarde na Casa Vergílio Ferreira – Para Sempre, em Melo, terra natal do escritor.

A par da intimidade de Vergílio Ferreira e da forma como construiu a sua obra, os diários de Conta-Corrente oferecem-nos o mais pormenorizado retrato da vida cultural e política do século XX, com especial destaque, no Volume I, para os anos do fim do regime e do pós-revolução, entre 1969-1981. À dimensão literária acrescenta-se a natureza das confissões, reflexões e revelações de Vergílio Ferreira, que os transforma numa extraordinária fonte para o conhecimento da vida e história portuguesas. Pela abundância de pequenas histórias sobre o meio literário e político português da época, bem como pela acuidade, autenticidade e profundidade das suas opiniões, estes volumes são um retrato daquele tempo.

O Volume II [1982-1985] fica disponível em maio próximo e o Volume III [1989-1992] fecha a coleção em novembro. Um testemunho que serve de guia para a memória do país, da cultura portuguesa e dos seus protagonistas. Um monumento.

Sobre o Autor

Romancista e ensaísta, Vergílio Ferreira nasceu em Melo, Gouveia, em 1916, e morreu em Lisboa, em 1996. Estudou no Seminário do Fundão, licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra e foi professor do Ensino Secundário. Notabilizou-se no domínio da prosa ficcional, sendo um dos maiores romancistas portugueses do século XX. A partir da publicação de Manhã Submersa (1954) e, sobretudo, de Aparição (1959), adere a preocupações de natureza metafísica, aproximando-se de temas existencialistas.  A sua obra ensaística acaba por influenciar a sua criação romanesca. Temas como a morte, o mistério, o amor, o vazio de valores ou a arte são recorrentes na produção literária de Vergílio Ferreira. Os vários volumes de Conta-Corrente constituem – além da sua dimensão íntima – um registo pormenorizado da vida literária, cultural e política portuguesa. Da sua obra destacam-se os romances Cântico Final (1960), Alegria Breve (1965), Para Sempre (1983), Até ao Fim (1987) ou Na Tua Face (1993), bem como os ensaios Do Mundo Original (1957), Carta ao Futuro (1958), Espaço do Invisível (4 vols., de 1965 a 1987) e Invocação do Meu Corpo (1969). Para além do Prémio Camões em 1992, recebeu inúmeros outros; entre eles estão o Prémio Camilo Castelo Branco (1960), o Prémio D. Dinis (1981), o Prémio Literário Município de Lisboa (1983), o Prémio PEN Clube de Novelística (1984 e 1991), o Prémio Associação Portuguesa de Críticos Literários (1984), o Grande Prémio de Romance e Novela APE (1987 e 1993), o Prémio Jacinto do Prado Coelho (1987), o Prémio Femina (França, 1990), o Prémio Bordalo de Literatura da Casa da Imprensa (1992) ou o Prémio PEN Clube de Ensaio (1993).