Fiel à sua matriz em promover as Letras portuguesas, a Estoril Sol renova este ano, a atribuição dos Prémios Literários Fernando Namora e Revelação Agustina Bessa-Luís, em homenagem aos dois grandes escritores. O júri, comum aos dois Prémios, será presidido por Guilherme D‘Oliveira Martins.
É de registar que, de acordo com os respectivos regulamentos, termina no dia 31 de Maio o prazo de recepção das obras originais da 28ª edição do Prémio Literário Fernando Namora e da 18ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís.
O Prémio Literário Fernando Namora, de periodicidade anual, é reservado a romances publicados, e tem o valor de 15 mil euros. Recorde-se que foi Hugo Gonçalves, com o romance “Revolução”, o vencedor em 2024.
Em acta o júri referiu: “Com um estilo directo, fluido e comunicativo e com uma linguagem que se alia à expressão do tempo e dos seus actores sociais, “Revolução” é um livro que se impõe literariamente, graças ao modo como liga pontas soltas da história portuguesa recente, mantendo sempre, no entanto, o desenho narrativo de personagens contraditórias, heroicas ou trágicas, fortes ou fracas, e cujos perfis interpelam e comentam os leitores actuais do romance e as suas respectivas posições ideológicas”.
Por sua vez, o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís tem como desígnio, desde o seu lançamento, favorecer o aparecimento de novos valores. Recorde-se que a Estoril Sol aboliu, em 2016, a norma que estabelecia o limite dos 35 anos de idade para os concorrentes, o que ampliou o âmbito do concurso. Mantém-se, contudo, a obrigatoriedade do romance concorrente ser inédito, e de autor português, “sem qualquer obra publicada no género”.
O romance vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, em 2024, foi “O Processo”, de Dulce de Souza Gonçalves. O Prémio tem o valor de 10 mil euros e, nos termos do Regulamento, a obra vencedora será publicada pela Editora Gradiva, conforme o protocolo existente com a Estoril Sol.
O júri considerou que “O Processo” é “um romance centrado na memória histórica dos últimos anos da resistência à ditadura portuguesa e, ao mesmo tempo, de projeção dos traços culturais que asseguraram algumas das suas referências emblemáticas, nomeadamente as relacionadas com o fenómeno da emigração portuguesa para França, sobretudo durante os anos sessenta. Nesse quadro irá evoluir a descrição de momentos (culturais e políticos) particularmente relevantes da comunidade lusa como, por exemplo, o fenómeno do Maio 68 em França, com as suas rebeldias poéticas e insubmissões criativas, e o da Capela do Rato em Portugal em dezembro de 1972”.
O Júri, além de Guilherme D`Oliveira Martins, que preside, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura, integra, ainda, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Ana Paula Laborinho, Liberto Cruz e José Carlos de Vasconcelos, convidados a título individual e, ainda, Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.
Aos Prémios Literários Fernando Namora e Revelação Agustina Bessa-Luís junta-se, mais tarde, o Prémio Vasco Graça Moura - Cidadania Cultural, em homenagem ao escritor, poeta e ensaísta, completando o elenco deste contributo anual da Estoril Sol para as Letras e a Cultura.