Há sons inconfundíveis, que se distinguem com precisão, mesmo à distância. Assim são os motores das motorizadas portuguesas de cinquenta centímetros cúbicos, 50cc, que não existem sem a nostalgia de uma viagem ao passado. Ao delicioso arranque e roncar contínuo, umas vezes mais agudo, outras com o tom grave que a solenidade exige, alia-se o design único e singular das motos que marcam a época em que o país rural se industrializou. As Motos da Nossa Vida, com assinatura de Pedro Pinto, é a promessa dessa viagem alucinante a parte significativa da nossa História do século XX. Chega às livrarias a 20 de novembro.
Com capa dura, um belíssimo papel Magno Satin de 150 gramas e inúmeras fotos e ilustrações, este livro resulta da paixão de uma vida dedicada às motorizadas em Portugal. Página a página, faz a história da idade de ouro das 50cc fabricadas em Portugal, desde os primeiros velocípedes a motor até à «moda da motorizada» e às corridas de velocidade. À boleia de meninas como as V5 (SIS-Sachs), as Famel Zündapp (ah, as Famel-77!) e as Alma («o motor com menos oficina»), sem esquecer as memoráveis Pachancho Himalaia, Casal Carina, Dori Gó Gó, Fundador Fera, Vilar Cucciolo, Famel Foguete, as XF-17, a Macal Cross ou a Casal Boss, As Motos da Nossa Vida revisita as pequenas e grandes fábricas que, um pouco por todo o país, inventaram e desenharam modelos, criando riqueza e emprego, exportando milhares de exemplares, antes de desaparecerem para nossa tristeza. Com as rotações a disparar, esta é uma viagem sentimental a um tempo maravilhoso e cheio de velocidade.
«Fogo, a moto é linda!» – lembra-se disto? Pois agora mude ligeiramente a frase: «Fogo, o livro é lindo!» E é, seus aceleras.