O Diário de Renia, obra escondida durante mais de 70 anos, chega aos leitores portugueses.
Escondidas dos olhares do público durante mais de 70 de anos, as mais de 700 páginas (no original manuscrito) escritas pela jovem polaca Renia Spiegel entre 31 de janeiro de 1939 e 25 de julho de 1942 foram resgatadas pela sua irmã, Elizabeth Ballak, e sobrinha, Alexandra Ballak. O Diário de Renia, testemunho de uma vida à sombra do Holocausto e dos horrores da Segunda Guerra Mundial está já nas livrarias portuguesas.
O diário desta jovem judia está repleto de expressões que serão familiares aos leitores: a angústia adolescente do primeiro amor, do primeiro beijo, das observações do quotidiano. Está também repleto de poemas que não deixarão de comover o leitor e revelar a alma sensível de Renia. Em retrospetiva – sendo este o benefício dos que puderam conhecer o final da história, como refere a prefaciadora da obra – muitas destas entradas poderão parecer insignificantes e aparentemente mundanas. No entanto, são o espelho emocional da vida de uma adolescente comum numa era que sabemos ter sido incomum. Uma vida demasiado curta que assistiu à ocupação soviética e nazi da Polónia, ao aparecimento do Gueto de Varsóvia, aos bombardeamentos e execuções sumárias, ao terror dos dias de guerra e morte.
Traduzido e publicado pela primeira vez em 2019, O Diário de Renia foi descrito pela Smithsonian Magazine como uma "nova e inestimável contribuição para a literatura do Holocausto" e também como um clássico desta literatura, a par dos Diários de Anne Frank e de Hêlène Berr.
Elizabeth Ballak (agora com 91 anos) e a sua filha Alexandra Ballak continuam a preservar a memória de Renia e da Shoah, através de entrevistas e da atividade da Fundação Renia Spiegel.