Bem vindos a mais uma rubrica que pretende estimular a reflexão e melhoria de tudo o que é considerado vida.
Hoje vamos falar sobre um conto oriental “ A coruja e a codorna” de Liu Hsiang.
Uma coruja em viagem encontrou com uma codorna, e esta perguntou: “pra onde vai, coruja”?
A coruja respondeu: “vou para oeste, pois as pessoas da aldeia reclamam muito do meu piar”.
Disse-lhe então a Codorna: “aceite uma sugestão: mude o seu pio, ou vão te odiar independentemente para onde for”.
Da mesma forma que a coruja por sentir o desconforto e a tristeza de não ser aceite, procurou a fuga como resposta, também nós de forma inconsciente fazemos o mesmo, na procura da alegria interior. É um caminho dúbio por levar a que o caminho seja assente no medo e na necessidade de aceitação pelo mundo exterior, sinal evidente de que a noção do “Eu” está desenquadrado e necessita de revitalização.
A Codorna aponta um facto muito importante e que deverá ser pensado, para que a mudança seja assente no positivo e não no negativo e melancolia. O processo em si é simples, o desafio é a base do fluxo ou seja, qual a motivação e estratégia que é criada mentalmente, de forma a que o fluxo aconteça no intuito de melhoria de condições de vida e com isso, a alteração radical dos resultados obtidos.
O ódio que assumia sentir de quem estava a seu redor, pode ser visto como o reflexo da imagem que tinha de si mesma, significando que não é o local que necessita de ser alterado mas sim a maneira de como a coruja vê a sua presença na própria vida. O reflexo mental quando está desalinhado e desajustado origina a quebra de confiança, a dúvida do que é possível e está acessível, perturbando o natural movimento mental de criação e desenvolvimento de oportunidades.
O valor interno simbolizado pelo piar e a exposição que está associada, ao ser alvo de julgamento negativo ou gozo, deverá ser um motivo de reflexão do tipo de mensagem e imagem que está a ser enviada, de modo a que a resposta do grupo seja a não-aceitação. Neste ponto é fundamental perceber e identificar quem está fora de tom ou seja, é a coruja que pia de forma estranha ou é o grupo que não é o ideal para o perfil da nossa coruja?
Esta é a reflexão que deverá ser feita pela coruja. Abdicando de julgamento para com os outros e sim, aproveitar o mal-estar para analisar o que está a fazer da sua vida ou seja do seu dia-a-dia. A coruja assim como todos nós, tem sempre a decisão de ficar ou partir, sendo que o importante é decidir quem pretende e vai ser como figura central de tudo o que vai acontecer.
Continuar a viagem de redescoberta pessoal é algo que nos une à coruja e cada um de nós já vivenciou estes momentos de saturação e chamamento para a fuga, razão que fundamenta a necessidade de aprendizagem de auto-gestão mental e emocional, de forma a que a decisão seja implementada de forma coerente, racional e objectiva, na direcção que mais potenciar a continuidade do desenvolvimento e expansão pessoal.
Portanto… que tipo de coruja é que está assumir ser?
Forte abraço e fantástica semana. Mantenham-se saudáveis!
Nuno Reis
Apresentação Nuno Reis
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