O que é que têm em comum Santo Agostinho, a Inquisição Espanhola, Jean-Paul Sartre, John Harvey Kellogg – sim, o dos cereais homónimos – e Sigmund Freud? Para Liv Strömquist – ativista, podcaster e uma das mais respeitadas cartunistas da Suécia –, todos estes homens perderam demasiado tempo a pensar e a julgar a sexualidade e o corpo feminino. Aliás, desde a origem dos tempos e em qualquer latitude que este tema tem ocupado com insistência a atenção de médicos, pensadores, sexólogos e religiosos. No livro que a Bertrand Editora publica a 15 de julho, O Fruto Proibido, Uma História Cultural da Vulva, Liv Strömquist mostra como, ao longo dos séculos, as várias teorias e diagnósticos masculinos sobre a anatomia feminina tiveram consequências devastadoras na sexualidade, saúde e direitos das mulheres.
Na tradição de cartunistas como Art Spiegelman (Maus) ou Marjane Satrapi (Persépolis), Liv Strömquist usa a novela gráfica como meio para expor verdades desconfortáveis e colocar perguntas incómodas. Porque é que a vagina e toda a anatomia ginecológica feminina são assunto tabu na sociedade? Porque é que a menstruação é estigmatizada na nossa cultura quando costumava ser algo sagrado para os povos ancestrais? Porque é que a sexualidade feminina é tão punida e politizada? Com um olhar atento e mordaz, a artista sueca expõe as mais diversas tentativas de domar, limitar e padronizar o sexo feminino ao longo da História, que, após séculos e séculos de repressão sexual, continuam a encher as nossas cabeças com falsas conceções sobre os genitais femininos. Um livro hilariante e muito bem documentado, onde ideias preconcebidas, convicções difundidas e teorias são estilhaçadas pelo senso comum e pela lógica. Uma visão divertida, libertadora e pedagógica sobre o sexo feminino.
Sinopse
Desde os tempos de Adão e Eva que a vulva, a vagina, o clítoris, a menstruação e o orgasmo feminino têm vindo a
ser punidos, exaltados, patologizados, politizados, controlados, delimitados. Liv Strömquist mostra-nos como
diferentes culturas, ao longo da História, moldaram a saúde das mulheres, os seus direitos e as suas liberdades.
Na tradição de cartunistas como Art Spiegelman (Maus), Marjane Satrapi (Persépolis), Alison Bechdel (Fun Home e
Dykes to Watch Out For) e Kate Beaton (Hark! A Vagrant), Strömquist usa a novela gráfica como meio artístico para
expor verdades desconfortáveis e revelar o quão pouco o mundo muda.
Sobre a Autora
Liv Strömquist é ativista, podcaster e uma das mais respeitadas cartunistas da Suécia. Licenciada em Ciência Política,
teve o primeiro êxito com Hundred Percent Fat (2005), ao qual se seguiram obras como Operation (2007), Einstein’s
Wife (2008), Prince Charles’ Feelings (2010), Yes to Life (2011), Rise & Fall (2016) e The Reddest Rose (2022). O Fruto
Proibido é o seu primeiro título publicado em Portugal.