Chega esta semana às livrarias a reedição de O Livro dos Seres Imaginários, de Jorge Luis Borges, uma das obras mais originais e fascinantes do autor argentino, uma reinvenção do mundo construída a partir de um bestiário moderno. A edição da Quetzal dá continuidade à série de novas capas retiradas do tríptico As Tentações de Santo Antão, do pintor Hieronymus Bosch, exposto no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, e tem tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra.
O Livro dos Seres Imaginários é um extraordinário catálogo de cento e dezasseis seres fantásticos que povoaram a mitologia e a religião desde o início dos tempos. Alguns, como o golem, a esfinge e o centauro, são filhos da metafísica ou da literatura; outros, como gnomos e fadas, são o resultado da invenção humana.
Produto da vasta cultura e da assombrosa erudição de Jorge Luis Borges, este livro é uma espécie de bestiário moderno em que se reúne uma grande parte dos estranhos seres que, ao longo dos tempos, foram engendrados pela fantasia dos homens. Seguindo as evocações dos clássicos, as revelações dos místicos e os sonhos de escritores e poetas, Borges dá vida a histórias esquecidas e mostra que esses estranhos seres procedem da mesma imaginação humana, de desejos e medos semelhantes – e ainda hoje nos assombram ou inquietam.
Sobre o Autor
Jorge Luis Borges nasceu em Buenos Aires, em 1899. Cresceu no bairro de Palermo, «num
jardim, por detrás de uma grade com lanças, e numa biblioteca de ilimitados livros ingleses».
Em 1914 viajou com a família pela Europa, acabando por se instalar em Bruxelas, e posteriormente em Maiorca, Sevilha e Madrid. Regressado a Buenos Aires, em 1921, Borges começou a
participar ativamente na vida cultural argentina.
Em 1923, publicou o seu primeiro livro – Fervor de Buenos Aires –, mas o reconhecimento internacional só chegou em 1961, com o Prémio Formentor, seguido por inúmeros outros.
A par da poesia, Borges escreveu ficção (é sem dúvida um dos nomes maiores do conto ou da
narrativa breve), crítica e ensaio, géneros que praticou com grande originalidade e lucidez.
A sua obra é como o labirinto de uma enorme biblioteca, uma construção fantástica e metafísica
que cruza todos os saberes e os grandes temas universais: o tempo, «eu e o outro», Deus, o infinito, o sonho, as literaturas perdidas, a eternidade – e os autores que deixam a sua marca.
Foi professor de literatura e dirigiu a Biblioteca Nacional de Buenos Aires entre 1955 e 1973.
Morreu em Genebra, em junho de 1986.