Nesta época tão aguardada de regresso aos concertos e eventos culturais, seria improvável - talvez impossível - que a arte não reflectisse o momento tão singular que vivemos.
Foi na experiência dos confinamentos que Rita Onofre, depois de 4 anos na banda SEASE, encontrou a vontade e a coragem para se lançar a solo, com canções que parecem saídas de páginas de um diário. O EP de estreia Raíz, disponível nas plataformas digitais, é assim o primeiro registo de uma das mais interessantes e promissoras novas cantautoras nacionais e será apresentado pela primeira vez ao vivo na Casa do Capitão, no dia 4 de Julho.
Formado pelos temas "Haja Sempre", "Lugar Nenhum", "Talvez Tenhas" e o mais recente "À Porta" -, Raíz é fruto de um processo de criação que se confunde com um processo de autoconhecimento: profundamente íntimo e quase artesanal. As limitações impostas pela quarentena não foram suficientes para impedir Rita (na verdade, talvez até a tenham impulsionado ainda mais), que contou com a ajuda de amigos e amigas para produzir e gravar, à distância, cada faixa. É como se, no meio de um período tão instável e triste, pudesse encontrar alguma segurança e certeza em si mesma, nas suas relações e nas suas raízes, aspecto presente tanto na feitura do disco como nas letras de suas composições.
Mas a intimidade quer-se agora partilhada pelo que dia 4 de Julho, pelas 12h00, na Casa do Capitão, o público vai encontrar uma fácil identificação com Rita, que canta como quem escreve e envia uma carta. Os bilhetes custam 5 euros e podem ser adquiridos através em casacapitao.seetickets.com. O evento respeita as normas das autoridades de saúde, seguindo as indicações de saneamento e capacidade.
A não perder, a descoberta em disco e ao vivo das músicas de uma cantautora rendida à leveza, esperança e sentimento de pertença - do qual estávamos a sentir tanta falta - e que nos vai deixar igualmente rendidos.