terça-feira, 9 de maio de 2023

Público português será o primeiro a assistir à nova canção que une Emicida e Dino D'Santiago



Abordar o amor que transcende convenções sociais e desafiar os desígnios patriarcais enraizados na sociedade. Este é o fio condutor que serviu de guia para “Maria”, faixa que promove uma parceria e um intercâmbio entre o artista português de ascendência cabo-verdiana Dino D’Santiago e o rapper Emicida. Produzida por Nosa Apollo & Seiji, a canção chega as aplicações em mais um lançamento da Laboratório Fantasma, além de receber um videoclipe no canal de Dino no YouTube. A obra audiovisual — dirigida por Henrique Alqualo — complementa as possibilidades e pluralidade de narrativas propostas por “Maria”. A colaboração entre Dino D’Santiago e Emicida já tem data para ser apresentada ao vivo pela primeira vez e acontecerá no encerramento da turnê europeia que o rapper brasileiro está fazendo. A dupla encontra-se no palco nos dias 11 e 13 de maio, quando Emicida irá apresentar-se nos Coliseus de Lisboa e no Porto, respectivamente, e receberá Dino para uma participação especial. No concerto de Lisboa, haverá ainda a participação do rapper Papillon. No Brasil, o encontro acontece no dia 26 de maio, no Festival Back2Black, no Rio de Janeiro.

“O maior desafio na concepção da letra foi abordar o tema de forma sensível e responsável, sendo honesto comigo mesmo ao procurar o tom certo para transmitir uma mensagem de amor e igualdade que fosse relevante e impactante para os ouvintes”, comenta Dino D’Santiago, que foi até São Paulo para criar “Maria” ao lado de Emicida. 

“Foi uma experiência enriquecedora, pois nos permitimos refletir sobre as nossas próprias atitudes e como elas afetam as mulheres ao nosso redor. Essas reflexões também são um caminho para a desconstrução de estereótipos e preconceitos”, adiciona o artista português de ascendência cabo-verdiana.

Na hora de pensar a sonoridade perfeita para conduzir esta canção de amor dos dias de hoje, Dino D’Santiago e Emicida buscaram referências na música africana contemporânea, além do hip hop e da soul music, combinando elementos e referências destes gêneros. Tal junção resultou em uma sonoridade introspectiva, mas impactante, e que dá espaço para a letra ter o protagonismo necessário para transmitir a mensagem.

“Eu peguei meio que a ideia principal do Dino (e a vibe profunda da música) e quis fazer umas metáforas que falam sobre coisas densas e perdas que só percebemos depois. Acho que conseguimos fazer uma parada bacana”, comenta Emicida sobre o processo de composição de “Maria”. 

“Adoro compor junto no estúdio e ficamos lá durante algumas horas escrevendo e falando sobre a vida. Sinto que se ficássemos mais tempo no estúdio, faríamos um álbum inteiro”, afirma o rapper brasileiro.

O videoclipe de “Maria”, disponível no canal de YouTube do Dino, apresenta uma narrativa sensível e dá mais uma camada ao amor sugerido na canção. 

“Espero que as pessoas ouçam esse som e assistam ao clipe e tenham o sentimento de que o verdadeiro amor requer respeito, igualdade e uma dose de sorte para prosperar”, finaliza Dino D’Santiago.


Sobre Emicida

Emicida nasceu em 1985, em São Paulo, onde vive e exerce a sua arte. Desde que lançou a sua primeira mixtape, ‘Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida, até que Eu Cheguei Longe...’ (2009), o rapper construiu uma trajetória que foi conduzida como um experimento social. Assim, não limitou a sua criação à música. Através da Laboratório Fantasma, empresa que surgiu para gerir a sua carreira mas que hoje atua como plataforma de entretenimento e de conteúdo transformador, Emicida deixa a sua marca na música, na moda, na literatura, na sociedade e em todos os projetos a  que se dedica. Rapper, escritor, empresário, apresentador e pensador contemporâneo, Emicida tem dois livros infantis lançados ‘Amoras’ (2018) e ‘E Foi Assim Que Eu e a Escuridão Ficamos Amigas’ (2020), além de uma antologia que celebra os 10 anos da sua primeira mixtape. Fez história nos três desfiles que realizou na SPFW, principal semana de moda do Brasil, levando representatividade para a passarela. Nos seus trabalhos musicais, acumula parcerias com Caetano Veloso, Wilson das Neves, Zeca Pagodinho, Vanessa da Mata, Pabllo Vittar, entre outros nomes. Da discografia de Emicida consta ainda a mixtape Emicídio’ (2010), os EP ‘Sua Mina Ouve Meu Rep Tamem’ (2010), ‘Doozicabraba e a Revolução Silenciosa’ (2011) e os discos ‘O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui’ (2013), ‘Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa’ (2015) e ‘Melhor Álbum de rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa’, elevando-o ao panteão da música brasileira. ‘AmarElo’ também marcou a história pelo seu show de lançamento ter acontecido no Theatro Municipal de São Paulo. A apresentação serviu de fio condutor para o celebrado documentário ‘AmarElo - É Tudo Pra Ontem’, disponível no Netflix, e o áudio disponibilizado digitalmente nas várias plataformas.

Sobre Dino d’Santiago

Dino d’Santiago é um músico e ativista luso-cabo-verdiano que navega pelo mundo da música urbana contemporânea a partir de Lisboa, transformando a soul, hip-hop, batuku e funaná na sua assinatura afro-pop com epicentro a música do arquipélago de Cabo Verde. A sua estreia discográfica aconteceu com ‘Eu e os Meus’ (Edel, 2008), seguindo-se o celebrado ‘Eva’ (Lusafrica, 2013), e foi com a trilogia ‘Mundu Nôbu’ (Sony Music, 2019), ‘Kriola’ (Sony Music, 2020) e Badiu (Sony Music, 2021), que fez história nos PLAY - Prémios de Música Portuguesa, tornando- se no músico mais galardoado. As causas que defende relacionam-se com a equidade e igualdade social tanto em Portugal como em Cabo-Verde. Fundou o projeto ‘Lisboa Criola’, foi considerado em 2021 numa das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes pela MIPAD (Most Influential People of African Descent) e em 2022 esteve à frente da curadoria do evento Jardins de Verão na Fundação Calouste Gulbenkian, um evento que trouxe para o centro da cidade artistas afrodescendentes e periféricos, distinguido como evento do ano pela revista Time Out. Em 2023, Dino d’Santiago foi escolhido pelo jornal Expresso como uma das 50 figuras que podem vir a definir o futuro de Portugal.