Depois de estrear no Festival Visions du Réel (Suíça), o filme, que conta a história das Ama, um grupo de mulheres corajosas e independentes que ao longo de séculos mergulham nos mares do Japão, ganhou, entre outros, os prémios de Melhor Filme da Competição Portuguesa no Doclisboa 2016, Melhor filme da Competição Internacional – Extra Muros Competition do Pravo Ljudski Film Festival 2016, em Sarajevo, Menção Especial do Júri do International Film Festival Karlovy Vary 2016.
A história das Ama teve início há cerca de um milénio e distingue-as como peregrinas da condição feminina. Enquanto os homens se dedicavam à caça ou à pesca em alto mar, geralmente por longos períodos de tempo, as mulheres para sustentar a família tiveram de encontrar um modo de subsistir. O mergulho das Ama tornou-as independentes e em muitas famílias, a mulher chegou a tornar-se no único elemento trabalhador. Este fenómeno, num país patriarcal e conservador como o Japão, jamais se voltou a repetir.
A realizadora Cláudia Varejão acompanhou a vida de um grupo de mulheres de uma pequena vila costeira da Península de Ise: Mayumi, Masumi e Matsumi. As Ama vivem uma vida independente dentro da sua comunidade e tecem entre si laços de irmandade. Principal fonte de rendimento da família e, por isso, decisivas, estas mulheres têm um lugar destacado e respeitado.