A música do duo chinês, formado por Wang Li e Wu Wei, desafia a mais criativa das catalogações. Para além dos seus instrumentos – o sheng, um ancestral órgão de boca de palhetas livres; o berimbau de boca, um dos mais antigos instrumentos musicais conhecidos; e a flauta calabash, uma flauta chinesa vertical de palheta livre –, o duo utiliza também os sons extraídos dos próprios corpos, promovendo a prática dos instrumentos orientais numa perspetiva musical moderna. O mote parece ter sido dado pela reclusão de Wang Li durante quatro anos num mosteiro francês, entregando-se a uma introspeção que encontraria um eco perfeito na música que viria a produzir a partir de então.
Música Chinesa Livre e Inovadora amanhã pelas 21 horas no Grande Auditório da Gulbenkien.