Amélia de Orleães era
uma mulher elegante, amável e culta. Como mãe, foi
uma educadora atenta e exigente, preparando os filhos
para cargos que não exerceriam. Parecia também ser a
esposa ideal de D. Carlos. Graças à sua iniciativa, foram
modernizados os setores da saúde e assistência social
e foram criadas diversas instituições.
No entanto, a última rainha de Portugal nunca
conseguiu conquistar (a maioria d’) os portugueses,
tendo ficado conhecida pela rainha mal-amada.
Em Amélia de Orleães, biografia da autoria da
historiadora Margarida Durães, que chega às livrarias hoje, ficamos a conhecer o
retrato ímpar e a vida desta rainha.
Trata-se de uma biografia que se distingue das demais
pelo rigor historiográfico, apresentando os
acontecimentos por ordem cronológica de modo a
atrair a atenção do leitor e a fazê-lo partilhar, tanto
quanto possível, das emoções da vida da biografada. É
desenvolvida uma narrativa centralizada em D. Amélia,
nunca permitindo que ela passe para segundo plano;
expondo e não impondo; perseguindo e valorizando
detalhes ínfimos; por último e não menos importante,
procurando a verdade, «porque uma biografia não é
um romance».
Entre o nascimento e a morte no exílio, Amélia de
Orleães viveu oitenta e seis anos repletos de
momentos felizes, mas também de desilusões e traições. A sua vida foi uma luta contínua, espelhando um dos
períodos mais críticos da história de Portugal e da Europa.
Sobre a Autora
Margarida Durães é professora aposentada de História Contemporânea do
Departamento de História da Universidade do Minho. Atualmente é investigadora do
Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (CITCEM,
Universidade do Minho), integrando o agrupamento Paisagens, Fronteiras e Poderes.
É autora de livros, capítulos e artigos sobre história da família, história da cultura
material e dos ritos da sociedade minhota. Nos últimos anos tem-se dedicado ao
estudo das mobilidades geográfica, social e cultural dos séculos XVIII a XX.