Nos próximos dias 2 e 3 de Outubro, o Santa Casa Alfama regressa ao coração de Lisboa. Numa edição adequada às circunstâncias, seguindo com responsabilidade e rigor todas as normas da Direção-Geral da Saúde, esta edição do Festival não perde em emoção, pelo contrário! Em ano de centenário de Amália, o cartaz compõe-se de sugestões absolutamente imperdíveis, como provam as mais recentes confirmações para dois dos palcos mais carismáticos do Festival: o Palco Santa Casa e o Palco Santa Maria Maior.
O Palco Santa Casa vai poder contar com a cumplicidade entre Fafá de Belém & José Gonçalez, um tributo a Amália preparado pelo talento do Custódio Castelo Trio e ainda uma carta ao piano, enviada por Júlio Resende para a grande senhora do fado. Em mais uma edição, o Largo do Chafariz de Dentro recebe aquele que é provavelmente o palco mais bairrista do Santa Casa Alfama: o Palco Santa Maria Maior. Jaime Dias, Beatriz Felizardo, Vítor Miranda, Conceição Ribeiro, Diogo Rocha, Sónia Santos, Pedro Galveias e Ana Marta são os talentos escolhidos pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, que acolhe o Festival desde a sua primeira edição.
FAFÁ DE BELÉM & JOSÉ GONÇALEZ
Fafá de Belém & José Gonçalez são duas das maiores referências musicais do Brasil e de Portugal, presenças habituais nos maiores festivais de música e nas rádios e televisões de cada um dos países. A propósito da celebração dos 30 anos de carreira de José Gonçalez, as duas vozes juntaram-se num dueto que servirá de single de avanço para o próximo disco do fadista: “A Valsa da Primavera” sai em setembro com o carimbo da Sony Music. Além deste tema, um potencial sucesso tanto em Portugal como no Brasil, nasceu também a ideia de montar uma tour única para 2020. A digressão decorre entre julho e dezembro e vai chamar-se “Cumplicidades”, bem a propósito daquilo que se vai sentir em palco. Esta é a possibilidade única de termos Fafá de Belém, uma das maiores cantoras do mundo, a cantar o nosso fado, e cúmplice da portugalidade de José Gonçalez, um dos mais seguros e coerentes fadistas da atualidade. Este é um momento a não perder, dia 2 de Outubro, no Palco Santa Casa.
CUSTÓDIO CASTELO
Se em criança já construía o seu primeiro instrumento musical, estava mais do que visto que Custódio Castelo só poderia dar em músico. Deu em músico e um dos mais talentosos guitarristas portugueses das últimas décadas, como se percebe por um currículo que conta com colaborações com nomes como Mísia, Camané e Carlos do Carmo, além da edição dos seus discos a solo, “Tempus” e “Inventus”, registos que mostram toda a sua capacidade artística. Desde criança que é inspirado por Amália e nesta edição do Santa Casa Alfama vai ter a oportunidade de lhe prestar a devida homenagem, em ano de centenário. A guitarra portuguesa de Custódio Castelo convida-nos a embarcar numa viagem através dos timbres que Amália nos ensinou, e onde o público é o artista principal, porque Amália está dentro de cada um nós. Acompanhada por Carlos Garcia na viola e Carlos Menezes no contrabaixo, esta guitarra, que canta a voz de um povo e tem o nome de um país, sobe agora ao palco em gratidão a Amália Rodrigues, dedilhada por Custódio Castelo – dia 2 de Outubro, no Palco Santa Casa.
JÚLIO RESENDE
Depois do sucesso do disco “Amália por Júlio Resende”, o pianista volta a homenagear a fadista, desta vez numa Carta Aberta em forma de concerto, em ano do centenário de Amália Rodrigues. E tendo em conta que se trata de uma missiva dirigida pelo próprio Júlio Resende, nada melhor do que ficar com algumas dessas palavras do pianista para Amália:
“Espero e desejo que estejas bem. É certo que vives ainda. Porquê, perguntas? Ora essa, é simples a resposta. Porque ainda ninguém te esqueceu, querida Amália. Já viste quantas vezes gostamos de dizer o teu nome ou escutar a tua voz, quer seja nas ruas do Chiado a vender discos como se vende o peixe que com grande esforço se foi apanhar ao mar, quer seja em casa, fechados, e a sonhar cantar assim? (…) Por isso Amália, eu estou aqui para assaltar as tuas músicas, pegar nelas como em pedras na praia e atirá-las ao mar, e espantar-me, espantar-me muito ao contar o número de ricochetes que a pedra faz até se afundar lá ao fundooo, finalmente. E há lá coisa mais bonita? (..) Assim te digo: Muito Obrigado Amália, por me inspirares a fazer castelos de areia e a manter-me criança.”
A paixão do pianista por Amália vai ser partilhada com todos, dia 3 de Outubro, no Palco Santa Casa.
PALCO SANTA MARIA MAIOR
No Palco Santa Maria Maior desfilam os grandes talentos de uma freguesia que vive o fado durante todos os dias do ano. Estas são vozes ligadas aos bairros mais típicos de Lisboa (incluindo Alfama, obviamente), genuínas e populares, capazes de arrebatar qualquer plateia. No Largo do Chafariz de Dentro os fadistas vêm aos pares. No dia 2 de Outubro, a garra de Diogo Rocha e a versatilidade de Sónia Santos abrem caminho para a experiência de Jaime Dias e a juventude contagiante de Beatriz Felizardo.
No segundo dia, dia 3 de Outubro, o carisma de Pedro Galveias e a energia de Ana Marta precedem a autenticidade de Vitor Miranda e o bairrismo irresistível de Conceição Ribeiro. No Palco Santa Maria Maior não faltará a tradição e também muito coração.