quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Renault Megane: Uma história de sucesso comercial inovação e de… emoção


Com 25 anos de uma carreira comercial invejável, o Renault Megane é um dos mais bem-sucedidos modelos na Europa. Uma história de ambição e superação como só a Renault sabe fazer e que cresceu alicerçada em valores desde sempre inscritos no ADN da marca. O Megane cumpre um quarto de século de vida, mas os parabéns são para os mais de 7 milhões de clientes que sempre confiaram no modelo e o catapultaram para o topo das suas preferências.  

O bem-sucedido herdeiro do icónico R19

Há quase 25 anos, quando saiu de vez das linhas de produção, o Renault 19 deixou um legado de mais de três milhões de unidades vendidas (76.8% a corresponderem ao modelo de dois volumes e 23.2% à carroçaria de três volumes), muitas delas ainda em circulação, ou não fossem a fiabilidade e a robustez duas das suas bandeiras. 

Apresentada em 1995, a primeira geração do Megane partilhava vários elementos com o R19, incluindo o chassis e algumas soluções mecânicas, mas a evolução era tão evidente e convincente que o ajudou a catapultar, desde o primeiro minuto, para um sucesso que acabou por ser um denominador comum ao longo das gerações que a sucederam. 

Um nome com história

Curioso é o facto da designação comercial “Megane” não ser propriamente recente. Com efeito, em 1988, no Salão Automóvel de Paris, a Renault desvendou um concept-car futurista que podia variar o formato da carroçaria (o vidro traseiro deslocava-se 35 cm) entre uma convencional berlina com três volumes e um hatchback. As linhas fluidas e elegantes, da autoria de Patrick Le Quément, denotavam uma preocupação acrescida com a eficiência aerodinâmica, enquanto, no habitáculo, o conforto e a sofisticação davam a nota dominante. 

Curiosamente, a primeira geração do Renault Megane também se desdobrou originalmente em vários formatos de carroçaria, com destaque para uma berlina tricorpo e um hatchback, provando que nada na Renault acontece por acaso... A estes formatos juntou-se uma bem-sucedida carrinha (Break), um inovador monovolume (Megane Scénic), um Coupé e até um elegante Cabrio, baseado nesse mesmo coupé.

A história do Renault Megane como o conhecemos, começa no início da década de 90, com o projeto X64. Daqui para a frente, o desenvolvimento foi acelerado. Ainda em 1992 são construídos os primeiros protótipos e, em 1993, já as unidades fabris da Renault de Douai (França) e de Palência (Espanha) eram devidamente equipadas para começar a fabricar os modelos de pré-produção. O placo escolhido para a apresentação foi o Salão Automóvel de Frankfurt de 1995, feudo das marcas rivais teutónicas, o que revela a confiança que a Renault depositava no seu novo modelo.

De facto, desde a primeira geração que o Megane é um daqueles raros exemplos na indústria automóvel em que o todo supera a soma das partes. A evolução tecnológica que sempre pautou cada nova geração, encontrou expressão nos pré-tensores dos cintos com limitadores de esforço na primeira geração, no motor 2.0 IDE (o primeiro francês com injeção direta de gasolina), no omnipresente 1.5 dCi que ainda hoje dá cartas na economia de utilização, na conectividade alargada e nos sistemas de entretenimento R-Link, mas também na evoluída nova geração de motores turbo a gasolina (TCe) que, hoje em dia, combinam as prestações e o prazer de condução com níveis de eficiência recordistas. 

Começar com o pé direito... a fundo

A excelência no comportamento dinâmico sempre caraterizou a Renault e a gama Megane, em particular, com as diferentes gerações a terem alguns dos mais icónicos desportivos da história do automóvel. E se tudo começou com o Megane Coupé 16V, o “desafio” iria tornar-se mais sério, com a apresentação da primeira geração do Megane R.S em 2003. Mais “sério” para a marca, mas, acima de tudo, para a concorrência, que passou a ter de lidar com um dos mais eficazes automóveis de tração dianteira da história e com um familiar desportivo que acumulou recordes por todas as pistas por onde passou...

O primeiro Megane R.S. deu o mote para uma família de modelos que, até hoje, dita o “ritmo” entre os chamados hot-hatch. Surgido com a segunda geração Megane, estava equipado com um motor 2.0 Turbo com 225 cavalos de potência, suficientes para cumprir os clássicos 0 a 100 km/h em apenas 6,5 segundos.

Esta geração R.S. ainda teve dois extremos curiosos: uma versão dCI com 175 cavalos e o R26 R, uma versão que pela sua raridade e referencial comportamento em estrada e em pista, entrou diretamente para o restrito clube dos “clássicos instantâneos”. 

O Megane R.S. da terceira geração continuou o legado anterior, mas com uma superior dose de refinamento, prestações ainda mais impressionantes e o habitual nível de eficácia. Apresentado em 2009, este Megane Renault Sport oferecia 250 cavalos de potência, o que lhe permitia chegar às prestações dos muito mais leves antecessores Trophy, R26 e R26 R. Para os amantes de versões extremadas e ainda mais focadas no comportamento, a Renault lançou o R.S. Trophy com 265 cavalos e uma série limitada apelidada R.S. Trophy R com 275 cavalos. Uma designação que se manteve na atual geração (a terceira do Megane R.S.), agora já com 300 cavalos e prestações verdadeiramente avassaladoras. 

O pináculo da evolução da gama Renault Megane R.S. é, novamente, a versão Trophy R, um verdadeiro automóvel de competição com matrícula e “licença” para circular na via pública. Mantém os 300 cavalos da variante Trophy, mas as alterações no chassis, travões, peso e no apoio aerodinâmico explicam os recordes obtidos nos mais variados e exigentes circuitos do mundo. 

Uma história de superação que desde sempre esteve inscrita no ADN do Megane e que tem dado provas irrefutáveis nos últimos 25 anos da história de um modelo que, não raras vezes, tem sido o preferido dos portugueses e não apenas do segmento.

Renault Megane: Mais de 180.000 unidades vendidas em Portugal

Em meados de 2019, o Renault Megane superou a fasquia das 180.000 unidades vendidas em Portugal. Sem dúvida, um dos modelos mais populares no país como também confirmam os seguintes números: em 6 vezes foi mesmo o automóvel mais vendido em termos absolutos e, nos últimos 16 anos, só por uma vez não esteve no top 5 de vendas.

Em 1995, a campanha “Querida comprei um Megane” invadiu os ecrãs das televisões dos portugueses, as páginas dos jornais e inúmeros outdoor nacionais, dando a conhecer o sucessor do Renault 19. Estava dado o mote para uma carreira comercial de sucesso.

Apesar de se tratar de uma proposta do segmento C (o segmento B é mais frequentemente o “rei” das vendas), o Renault Megane cometeu a proeza de, em 2004, 2007, 2009, 2010, 2011 e 2012 ter sido mesmo o automóvel mais vendido em Portugal em termos absolutos. Ou seja, em seis anos (quatro deles consecutivos) foi o automóvel preferido dos portugueses! 

Números ainda mais expressivos em relação ao segmento C, com o Megane a liderar as vendas durante 11 anos: 2004, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2016, 2017 e 2018.

Contabilizadas as vendas até ao dia 31 de dezembro de 2019, a segunda geração permanece como a mais vendida, com 68.288 unidades comercializadas. Segue-se o Megane III com 51.383 unidades, o Megane I com 37.587 e a atual geração – Megane IV – com 23.031 unidades já comercializadas.

Uma carreira comercial de sucesso que promete continuar, até por força da chegada ao mercado, já no verão, de uma gama renovada. Com efeito, para além de todas as versões – Berlina, Sport Tourer, R.S. Line, R.S. e R.S. TROPHY – irem beneficiar de ainda mais tecnologia ao serviço do prazer de conduzir, há uma importante novidade: o Megane Sport Tourer E-TECH Híbrido Plug-In! Uma proposta equipada com uma nova e inédita motorização híbrida recarregável desenvolvida pela Renault, a marca pioneira e especialista, há mais de 10 anos, nos veículos elétricos.

Renault Megane: Diferentes gerações e formatos de carroçaria, o mesmo sucesso de sempre

O último quarto de século já viu nascer quatro gerações do Renault Megane. Sem exceção, todas no seu tempo foram unanimemente reconhecidas pela ousadia das soluções tecnológicas, pela qualidade geral e, entre outros atributos, pela versatilidade da gama, graças aos diferentes formatos de carroçaria: 4 portas, 5 portas, carrinha, coupé, cabriolet e monovolume.

Megane I

Com a difícil tarefa de suceder ao Renault 19, a primeira geração do Megane foi apresentada, oficialmente, ao público, no Salão de Frankfurt de 1995.  

O estilo, inspirado no Laguna lançado pouco antes, foi seguramente um dos motivos para o sucesso, assim como a elogiada relação conforto/comportamento e uma oferta alargada de motores, níveis de equipamento e formatos de carroçaria. 

Em Portugal, o grosso das vendas centrou-se na versão 1.4 Energy com 75 cavalos, mas a gama incluía ainda um 1.6 a gasolina de 90 cavalos, um 1.9 Diesel atmosférico com 68 cavalos e um 1.9 turbodiesel de 90 cavalos. 

A gama Megane chegou a ser composta por seis variantes de carroçaria: 5 portas, sedan 4 portas (Classic), Break (carrinha), coupé, cabrio e o primeiro monovolume compacto europeu, batizado Megane Scénic. Esta última variante foi mais um verdadeiro sucesso de vendas e, uns anos depois do lançamento, emancipou-se da família Megane, passando a designar-se “apenas” por Scénic. Um modelo que inspirou uma geração de modelos similares que dominou as tendências durante mais de uma década.

Como não podia deixar de ser, à imagem do que já tinha sucedido com o R19 16V, o Megane também oferecia variantes de pendor mais desportivo. Neste caso e tendo em conta a presença de um elegante e compacto Coupé, seria este a dar corpo ao desportivo da gama. O motor escolhido foi o conhecido 2.0 16V de 150 cavalos.

Após o restyling, em 1999, o Megane I foi reforçado com uma nova geração de motores, com destaque para o 1.4 16V de 98 cavalos, que tanto sucesso granjeou em Portugal, e para o evoluído 2.0 IDE de 140 cavalos, o primeiro motor a gasolina francês com injeção direta. 

O turbodiesel 1.9 também recebeu um sistema de injeção direta, passando a designar-se 1.9 DTi e a oferecer 100 cavalos de potência. Ainda em 2000, este motor deu lugar ao 1.9 de 105 cavalos, já sob a sigla dCi, uma designação que fez história no modelo, na marca e até na indústria automóvel.

Megane II

A segunda geração do Megane foi a mais disruptiva no design até aos dias de hoje. Apresentada em setembro de 2002, no Salão de Paris, o arrojo das linhas tinha claramente a inspiração noutro ícone da Renault: o Avantime. 

Como no Megane I, a gama desta segunda geração era composta por variantes de cinco portas, quatro portas (sedan), Break (carrinha), três portas (substituindo o Coupé) e um inovador CC, um coupé-cabriolet concebido pela Karmann, com capota metálica retrátil que combinava a segurança e o isolamento térmico e acústico de uma berlina fechada, com a possibilidade inigualável de conduzir a céu aberto. 

Esta foi ainda uma geração marcada pela evolução tecnológica, adotando elementos que só estavam disponíveis até então em segmentos superiores, como era o caso do cartão de acesso mãos livres.

No início do século XXI, a segurança ativa e passiva dos seus automóveis era claramente um domínio em que a Renault se destacava da concorrência, com a segunda geração do Megane a ser o primeiro modelo a obter as 5 estrelas nos testes de segurança EuroNcap. 

O leque de motores era, também ele, muito extenso, existindo um Megane à medida de todos os clientes e bolsas.

O advento do 1.5 dCi veio dar à gama Megane (e à Renault) um trunfo que ainda hoje dá frutos. Conhecido e reconhecido pela fiabilidade e pelos baixos custos de utilização, o 1.5 dCi de 80 cavalos apresentava consumos recordistas (4,6 l/100 km). Este motor ainda coexistiu com uma versão de 100 cavalos e, já perto da passagem à II Phase (2006), com o famoso 1.5 dCi de 105 cavalos.

Em 2004, a Renault apresenta o primeiro Megane Renault Sport ou, resumidamente, Megane R.S. Com um motor 2.0 Turbo de 225 cavalos, o Megane R.S. iniciou um legado que o catapultou para os píncaros dos amantes de desportivos de tração dianteira. Legado esse alicerçado numa série de versões limitadas, ainda mais focadas nas prestações e eficácia em pista. Ficam para a história os R26 e, em especial, o R26 R (450 unidades produzidas), com 230 cavalos, menos 123 kg de peso e apenas dois lugares, já que o banco traseiro deu lugar a um “roll bar”. 

Megane III

Apresentado em outubro de 2008, no Salão de Paris (a carrinha Sport Tourer foi apresentada em meados de 2009), a terceira encarnação do Megane voltou a apostar num desenho muito elegante, no reforço do conteúdo tecnológico e no aprimorar da qualidade geral, tanto na montagem, como numa escolha criteriosa de materiais.

No habitáculo, esta nova geração Megane revelava uma sofisticação pouco habitual no segmento. O painel de instrumentos com mostradores de indicação analógica e digital ou elementos de conforto como o travão de estacionamento automático, o cartão de acesso e de arranque «mãos-livres» com trancamento por afastamento, o sistema de navegação Carminat Bluetooth® DVD ou o exclusivo sistema áudio 3D Sound by Arkamys® deram, ao Megane III, uma aura premium. 

Honrando a tradição dos antecessores, o Megane III oferecia prestações dinâmicas à altura das expectativas sugeridas pelo design: controlo, precisão e eficácia conjugavam-se com o conforto e a serenidade, numa combinação que o colocava, novamente, como uma das referências do segmento C. 

Mais uma vez, a gama Megane III incluía variantes de três, cinco portas, uma carrinha (Break) e um sofisticado CC (coupé-cabriolet), que fez as delícias dos amantes dos descapotáveis, mas que privilegiavam a segurança acrescida (contra o vandalismo e as agruras dos elementos) de uma capota rígida escamoteável.

No topo da oferta de motores estava... o R.S. Apresentado em 2009 e apenas disponível na variante de três portas, o Megane R.S. extraia 250 cavalos do mesmo bloco 2.0 turbo (F4RT) do antecessor. Este ganho de 25 cavalos (20 cavalos face ao R26 R) permitia ao Megane R.S. superar os 255 km/h de velocidade máxima ou cumprir os 0 a 100 km/h em apenas 6 segundos. Mas, em junho de 2011, a Renault elevou a fasquia, ao passar a potência para os 265 cavalos numa nova versão R.S. Trophy. 

Antes de abandonar as linhas de montagem, o Megane III ainda reservou uma última e espetacular surpresa: um R.S. Trophy R com 275 cavalos, completamente focado numa utilização desportiva. O escape Akrapovic, o peso reduzido, o kit de travagem e variadíssimas outros “upgrades” só podiam ter um resultado: um novo recorde na pista de Nürburgring para um desportivo de tração dianteira. Ou seja, terminar a carreira com chave de ouro...

Megane IV

Em 2015, a Renault dá a conhecer a quarta geração, o mais elaborado, sofisticado e tecnologicamente evoluído Megane alguma vez concebido. Mais uma vez, a Renault aposta no reforço da sofisticação e na qualidade geral, mas o Megane IV não só vai muito além dos seus antecessores, como estabelece novos padrões no segmento em que concorre. 

O reforço da tecnologia não é apenas evidente no habitáculo dominado pelos elementos digitais que podem ser configurados à medida do utilizador ou pelo autêntico tablet vertical que é o display de 8,7” do sofisticado sistema de entretenimento e conetividade R-Link 2. A tecnologia é evidente em cada detalhe, em cada órgão mecânico do novo Megane. O sistema 4Control, de quatro rodas direcionais, que está disponível na versão R.S., é único no segmento e potencia um atributo que, desde a primeira geração Megane, é cavalo de batalha da marca: uma dinâmica de exceção. Estas qualidades dinâmicas são igualmente valorizadas pela ampla gama de motores potentes e económicos que se apresta a receber o inestimável contributo e reforço de uma versão E-TECH, híbrida Plug-in, que combina um motor 1.6 de combustão com dois motores elétricos, resultando numa potência total de 160 cavalos e em consumos de gasolina recordistas, resultado da capacidade de cumprir até 65 km em ambiente urbano, de acordo com o ciclo WLTP City, ou até 50 km em ambiente extra-urbano.

Por falar em diferentes formatos de carroçaria, o Megane IV está disponível nas configurações de cinco portas, Grand Coupé (quatro portas) e Sport Tourer (carrinha). 

Comum a todas as formas de carroçaria na atual família Megane é, como referimos, a acrescida preocupação com a segurança e eficiência, mas também com o renovado prazer de condução.

Este, como seria de esperar, encontra-se sublimado na nova geração Megane R.S. Um desportivo de exceção, com 280 cavalos, que conta com um chassis aprimorado em pista e que bebe a inspiração na herança desportiva da Renault nas diversas disciplinas onde está, ou esteve, envolvida. 

Para os que queiram elevar ainda mais o patamar desportivo, a Renault propõe o R.S. Trophy, com mais 20 cavalos (300 cavalos no total), novos acertos de suspensão e um conjunto de detalhes que tornam a utilização ainda mais focada no comportamento e na eficácia. 

Não é suficiente? Então deleite-se com o novíssimo, e raríssimo, Megane R.S. Trophy-R, um velocista por natureza que “devora” recordes em circuito com a mesma velocidade com que despacha troços encadeados numa qualquer estrada de montanha. Mais leve, com apenas dois lugares e arco de segurança, travagem com discos carbo-cerâmicos, vários elementos da carroçaria em carbono para reduzir o peso, o R.S. Trophy-R é um culminar de uma linhagem que fez, e continuará a fazer, por muitos mais anos, história na indústria automóvel.

Renault Megane R.S.: desportivo por natureza, recordista por vocação

A história do Renault Megane também é uma história de recordes! E que recordes! Com as versões R26R, R.S. Trophy e o ainda mais radical R.S. Trophy-R, o Megane bateu cinco recordes, nalgumas das pistas mais famosas do mundo, elevando o estatuto do modelo a referência entre os compactos desportivos! 

A capacidade do Megane para vencer desafios sempre foi elevada, mas com as versões desportivas de topo, designadas por “R.S.” (desenvolvidas pela Renault Sport), a Renault elevou a fasquia a um outro patamar, aventurando-se num mundo especialmente seletivo, onde só os desportivos de eleição conseguem sobressair: o 

Megane II R26R (2008), o pioneiro

Foi em 2008 que o Megane entrou para a história dos recordes, quando o raro (apenas 45 unidades produzidas) e muito exclusivo Megane R.S. R26R cumpriu uma volta ao mítico traçado alemão de Nürburgring (verdadeira meca dos recordes para os construtores automóveis) em 8m17s, quase que… por acaso! 

Na verdade, a versão que fez história e que foi inspirada no Megane R.S. F1 Team R26 (comemorativa do título de 2006 de Fernando Alonso com a Renault na F1), não foi desenvolvido com o intuito de quebrar recordes, mas o seu desempenho era tão notável, que a Renault não perdeu a possibilidade de responder a esse desafio e ultrapassá-lo. Foi assim que, a 23 de junho de 2008, o Megane R26R se tornou então o mais rápido automóvel de produção em série com tração dianteira no “Inferno Verde”, batendo o anterior recorde por 19 segundos, e dando início à saga recordista do modelo. 

Para chegar a esse tempo, o Megane R26R, revelava-se já bastante radical nas suas especificações. Mesmo mantendo os 225 cavalos de potência e 300 Nm de binário de série, via reforçada a rigidez torsional com a montagem de uma armadura de segurança, do mesmo modo que a caixa de velocidades recebia relações mais curtas, que a distância ao solo da suspensão era reduzida em 10 mm, que o peso era aligeirado em 123 quilos (face à versão R.S. F1 Team R26) e que o sistema de travagem era otimizado com discos ranhurados. Resultado: apenas 6.0 segundos dos 0-100 km/h, a par de uma notável motricidade e assinalável desempenho em curva, ou seja, o cocktail perfeito para bater recordes! 

Megane III R.S. Trophy (2011), digno sucessor

Três anos depois, em 2011, a Renault regressa ao palco mais famoso dos recordes de pista, para voltar a deixar a sua marca. 

Desta feita, a estrela é o novo Megane III R.S. 265 Trophy (265 cavalos), que, pelas mãos do piloto Laurent Hurgon, completa uma volta ao “ring” de Nordschleife em 8m07,97s, revalidando o título do automóvel de tração dianteira, produzido em série, mais rápido na mítica pista germânica. 

Um “tempo-canhão” capaz de rivalizar, na altura, com o registo de alguns supercarros com cerca de 500 cavalos e cujo mérito se ficou a dever, para além do competente chassis, a uma afinação otimizada dos amortecedores e montagem dos pneus Bridgstone RE 050 (235/35 R19) escolhidos pelos engenheiros da Renault Sport.

Megane III R.S. Trophy-R (2014), nascido para vencer

Mas os 20.832 km do traçado do “Inferno Verde”, apenas precisaram de esperar três anos para assistir a nova façanha do endiabrado Megane! Em 2014, ainda com o Megane da terceira geração, mas agora na sua Phase II, a versão mais evoluída do Megane – a R.S. 275 Trophy-R (275 cavalos) –, fazia a Renault regressar ao trono dos “trações dianteira”, quebrando, pela primeira vez, a barreira dos 8 minutos ou seja, cumprindo uma volta ao Nordscheleife em apenas 7m54,36s!   

Uma progressão de 14 segundos face ao recorde de 2011, que provou, mais uma vez, o “know-how” dos engenheiros da Renault Sport Technologies, que voltaram a dotar o Megane com qualidades dinâmicas excecionais. 

Neste caso, o Megane R.S. 275 Trophy-R (chassis Cup), que voltou a receber honras de edição limitada, disponibilizava apenas dois lugares (preenchidos com “bacquets” monocoque Recaro em policarbonato), motor 2 litros turbo de 275 cavalos, diferencial autoblocante, amortecedores Öhlins com molas em material compósito, kit de travagem com discos em aço e alumínio e pneus Michelin Piloto Sport Cup 2, especificamente adaptados para o modelo, que fazia, desta feita, uma cura de emagrecimento de 101 quilos. 

Megane IV R.S. Trophy-R (2019), “atleta” de alta competição

E se todas as gerações do Megane R.S. fizeram questão de colocar o seu nome no quadro de honra da emblemática e seletiva pista alemã, a quarta “dinastia” do Megane não podia ficar de fora. Para isso, uma pequena equipa de 10 pessoas, aproveitou a experiência amealhada na F1 e preparou, num curto espaço de tempo, o Megane IV R.S. Trophy-R, para se tornar imbatível no circuito de Nürburgring, na categoria de “carros compactos” (veículos de produção sem modificações) e… fê-lo com notável êxito!

O mais radical Megane R.S. produzido até ao momento, limitado a 500 exclusivos exemplares, deixou gravado o registo de 7m40,100s (7m45,389s numa volta oficial completa com 20,832 km), o que lhe devolveu a coroa do “Inferno Verde”, mas, mais importante que isso, provou que a última geração do Megane R.S. Trophy-R se tornou ícone entre os “hot hatch”, estreitando definitivamente, o caminho entre um desportivo e o verdadeiro automóvel de competição. 

Muitas das soluções técnicas adotadas “respiram” competição e vão muito para além da tradicional “dieta” de peso inerente a qualquer automóvel nascido para as pistas, que, com a remoção dos bancos traseiros, adoção de jantes em carbono e sistema de escape em titânio Akrapovic, poupou 130 quilos na balança. 

O aperfeiçoamento nas ligações ao solo, com um eixo dianteiro de superior ângulo de caster negativo, um eixo traseiro em H mais leve, amortecedores Öhlins ajustáveis com taragens específicas, a par de pneus Bridgstone Potenza S007 exclusivos, também contribui para que, em pista, o Megane IV R.S. Trophy-R tenha uma dinâmica muito aproximada a um carro de competição.  

Se a todo este “cocktail” técnico juntarmos o eficiente motor de 1.8 litros e 300 cavalos (com notável potência específica de 167 cavalos/l) e 400 Nm de binário, percebe-se melhor porque é que este radical Megane, com Laurent Hurgon ao volante, não se limitou a deixar a sua marca temporal apenas na pista de Nürburgring! 

Afinal, só mais uma proeza para o invejável “currículo” do Renault Megane, para quem bater recordes nas mais famosas pistas do mundo se tem tornado, mais do que um desafio superado, uma autêntica afirmação de carisma e personalidade desportiva, capaz de interpretar na perfeição o ADN da Renault Sport. 

Megane Maxi Kit Car: Maxi adrenalina também nos ralis

Os 25 anos do Renault Megane também têm expressão exuberante nas lides da competição. Nos ralis, o Megane Maxi revelou-se como um dos expoentes máximos da popular categoria “Kit Car” ou “F2”, tendo alcançado inúmeros sucessos e títulos, que confirmaram a competitividade do modelo nascido pela mão da Renault Sport.  

Para além do Renault 5 Turbo, 11 Turbo, 5 GT Turbo, Clio Williams e Clio Maxi, há outro modelo da Renault que fez (e ainda faz) suspirar os fãs dos ralis: o Megane Maxi! 

O mítico e espetacular “Kit Car” foi um dos principais intervenientes numa das eras dos ralis mais animadas e apreciadas pelos amantes da disciplina, tendo-se tornado num dos modelos mais competitivos e carismáticos desta espetacular categoria, destinada a carros de 2 Rodas Motrizes, na variante de 2 Litros. 

Quase 300 cavalos de pura adrenalina

Tal como sempre foi seu apanágio, a Renault Sport não poupou esforços para oferecer um carro de topo à categoria, explorando a veia competitiva do chassis Coupé da primeira geração do Megane, que, por si só, revelava, de série, melhores aptidões para enfrentar a competição.

Depois do bem-sucedido Clio Maxi, o Megane Maxi foi melhorado em todos os aspetos técnicos. Mais comprido (3952 mm), mais largo (1832 mm) e com maior distância entre eixos (2493 mm), o chassis monocoque de aço, a que estava acoplada uma carroçaria com guarda-lamas alargados e à qual foi adicionado uma pequena asa traseira para aumentar a “downforce” nas curvas mais rápidas, tornou-se, assim, mais eficaz do ponto de vista dinâmico, com claras vantagens na luta contra o cronómetro. 

Relativamente ao motor, o “coração” do Megane Maxi também se revelava fortemente “musculado”.  Tendo com o base o propulsor do Megane de quatro cilindros, 2.0 litros e 16 válvulas, o conhecido “F7R” foi explorado ao limite dentro do que permitia o regulamento dos “Kit Car”, o que permitia entregar ao piloto, numa primeira fase de evolução, entre 260 e 275 cavalos (conforme o mapeamento da gestão eletrónica) e cerca de 260 Nm de binário, e nos últimos anos, já cerca de 290 cavalos, explorando o motor preparado pela Sodemo às 8.000 rpm.  

Para explorar a potência da melhor forma, ao motor do Megane Maxi estava acoplada uma rápida e resistente caixa sequencial de seis ou sete relações, servida por embraiagem de carbono de prato triplo, ao mesmo tempo que a capacidade de travagem, suportada por discos ventilados (cujo diâmetro variava se se tratasse de um rali de asfalto ou de terra) e pinças de 6 (à frente) e 4 pistões (atrás), dava, através da eficácia e resistência do sistema, plena confiança ao piloto na hora de abrandar.   

Palmarés invejável

O Renault Megane Maxi foi homologado a 1 de março de 1996, tendo perdido a sua homologação apenas a 31 de dezembro de 2005. Isso significa que esteve no ativo quase uma década, o tempo suficiente para brilhar ao mais alto nível em muitos ralis. 

No total, o mais competitivo Kit Car da Renault conquistou 1870 vitórias em classificativas, assegurou 1329 pódios (34% dos eventos em que participou) e somou 577 triunfos absolutos. 

Ficaram gravadas na memória de todos os fãs de ralis, atuações de grande nível e momentos impares de espetacularidade assinados pelos Megane Maxi conduzidos por pilotos de créditos firmados como Jean Ragnotti, Philippe Bugalsky, Serge Jordan, Alain Oreille, Benoît Rousselot, Claude Balesi, Gregoire de Mévius, Oriol Gomez, Martínez-Conde, Luis Clement, Paolo Andreucci, Piero Longhi, Corrado Fontana, Jonas Kruse, Kris Princen, “Leonidas” e tantos outros, onde também os portugueses José Carlos Macedo, Pedro Azeredo e Vítor Sá merecem lugar de destaque. 

Megane também fez história nos Ralis e Velocidade em Portugal

Nos 25 anos de história do Renault Megane, há também lugar para o passado glorioso do modelo no automobilismo português. Entre 1997 e 1999, fosse nos Ralis, com o exuberante Renault Megane Maxi Kit Car e a equipa oficial Renault Gest Galp, ou na Velocidade, com o aguerrido Megane Coupé que deu vida ao Troféu Renault Gest Galp, não faltaram momentos marcantes, que contribuíram, ainda mais, para o sucesso do modelo. 

Entre 1997 e 1999, a Renault Portuguesa renovou a aposta no Campeonato Nacional de Ralis, dando um vivo colorido aquela que ainda hoje é a competição mais popular do automobilismo português. O Renault Megane Maxi assumiu o estatuto de personagem principal na equipa Renault Gest Galp, com as duplas José Carlos Macedo/Miguel Borges e Pedro Azeredo/Fernando Prata e Carlos Magalhães sempre em bom plano e a somarem, juntos, quatro vitórias absolutas, a que juntaram um título de Marcas e dois de Marcas Turismo/Produção até 2000 cc oferecido à Renault. 

A par da equipa oficial portuguesa, o Megane Maxi também brilhou no competitivo Campeonato Regional da Madeira, com Vítor Sá a conquistar quatro trunfos em dois anos e dois vice-campeonatos absolutos. 

Troféu Renault Gest Galp – Anos dourados

Assumindo-se como protagonista do Troféu Renault Gest Galp, o Megane Coupé foi uma das principais estrelas da Velocidade nacional, entre 1997 e 1999. 

Ao longo de três edições, a competição monomarca colecionou corridas emocionantes, produziu duelos inesquecíveis e “moldou” uma bem-sucedida geração de pilotos, prolongando a tradição dos troféus monomarca da Renault, iniciada com o R 5 GT Turbo (1988-1990) e o Renault Clio (1991-1996). 

Como seria de esperar, com o seu carácter desportivo, a versão Coupé do Megane, tinha tudo para perfilar um excelente troféu monomarca, com múltiplos e consagrados pilotos a não resistirem à tentação de extraírem o máximo de um carro com verdadeiro ADN de competição, preparado segundo as especificações do Grupo A e capaz de oferecer 180 cavalos de potência e ainda o aliciante extra de manuseamento de uma caixa de velocidades “sequencial”, normalmente apenas disponível em carros de segmentos muito superiores.   

Até à derradeira edição, em 1999, o Troféu Renault Megane Gest Galp foi, sem dúvida, uma das mais emocionantes competições monomarcas disputadas em Portugal, até aos dias de hoje.