Aos 91 anos, J. Rentes de Carvalho mantém o espírito crítico e aguçado que a Quetzal Editores celebra com a publicação de um novo livro. Cinco anos depois, o regresso do autor é assinalado com O País do Solidó, que reúne o melhor das suas crónicas – muitas delas ficcionadas – publicadas nos últimos quatro anos. São histórias reais de gente inventada e histórias inventadas de gente real, mulheres destemidas e homens combativos – mas também capazes de momentos desprezíveis e de atitudes medrosas. Crónicas de um país habitado por um estranho povo: os portugueses.
Corajosos e malandros, mentirosos, que fazem pela vida. Gente de carne e osso que aprendeu a desconfiar e a sobreviver num país do solidó, sempre com aquela musiquinha em fundo, atrevida e monótona, divertida e medíocre. No país do solidó, estes retratos são instantâneos das vidas verdadeiras que não aparecem nos jornais nem na sociologia universitária, mas frequentam as redes sociais e as igrejas que ainda restam.
Entre o conto e a crónica, trocando os nomes e avariando as grandes teorias sobre o funcionamento da pátria, J. Rentes de Carvalho não dá explicações sobre um mundo que não quer ser explicado – mas observa-o com humor, cumplicidade, atrevimento, uma compreensão que não pode distância mas proximidade. São personagens que não receberão medalhas no Dia de Portugal, mas compõem um dos melhores retratos de todos nós. O País do Solidó chega hoje às livrarias.
Sobre o Autor
De ascendência transmontana, J. Rentes de Carvalho nasceu a 15 de maio de 1930, em Vila Nova de Gaia. Obrigado a abandonar o país por motivos políticos, viveu no Rio de Janeiro, em São Paulo, Nova Iorque e Paris, trabalhando para vários jornais. Em 1956 passou a viver em Amesterdão, onde se licenciou e, entre 1964 e 1988, foi professor de Literatura Portuguesa na universidade. Dedica-se desde então exclusivamente à escrita e a uma vasta colaboração em jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses, além de várias revistas literárias. A sua extensa obra (de ficção, ensaio, crónica e diário) tem sido publicada em Portugal e na Holanda, sendo recebida com grande reconhecimento, quer por parte da crítica, quer por parte dos leitores em geral, tendo alguns títulos alcançado o estatuto de best-seller. Recebeu, em 2012, o Grande Prémio de Literatura Biográfica APE com o livro Tempo Contado, e, em 2013, o Grande Prémio de Crónica APE com Mazagran.
Os seus livros estão atualmente disponíveis na Quetzal, que continuará a publicar o conjunto das suas obras. J. Rentes de Carvalho divide o seu tempo entre Amesterdão, na Holanda, e Estevais, Mogadouro – metade do ano em cada lugar.