"Há poemas, temas, momentos e canções que nos ultrapassam e tornam-se marcos colectivos. São vivências de uma geração, símbolos de resistência na luta pela Democracia, a Liberdade, a Diferença e o Sonho. Padrões de bruma e fantasia projectados no tempo. Perduram para lá de nós.
E quando - como me aconteceu - já estivemos no fundo mais fundo de tudo, há valores que redescobrimos bem maiores que a nossa finitude; superiores à ligeireza da vida. Coisas que fizemos mas se tornaram muito mais que nós; e essas, sim, é que vale a pena que nos sobrevivam e perdurem pelos tempos. São cantos de sempre. Referências indeléveis e raras. Há que nunca os esquecer.
Até ver, sobrevivi dura e dificilmente a essa memória de mim mesmo. Vivi o último breu e a sala ficou-me, de súbito, vazia após tantas noites de palavras e emoção. Mas vai ser bom voltarmos agora a enche-la, assim que subir o pano. Conto convosco para isso!” foi com este texto que Pedro Barroso apresentou o seu espectáculo.