terça-feira, 21 de julho de 2020

Festival Santa Casa Alfama


O Festival Santa Casa Alfama está de regresso para uma edição histórica, no ano do centenário de Amália Rodrigues. Nos dias 2 e 3 de Outubro, Lisboa volta a vestir-se de fado para mais dois dias em que a nossa música é o centro da celebração no coração de Alfama. Em ano de pandemia, o Festival decorrerá de modo um pouco diferente, respeitando todas as normas da Direção-Geral da Saúde, enquanto se desfruta de espaços como o Rooftop Terminal de Cruzeiros de Lisboa. Com uma vista deslumbrante sobre o Cristo Rei, a Ponte 25 de Abril e toda a Lisboa que sobe de Alfama, a proposta do Palco Ermelinda Freitas a é ficar com um "Um fado ao pôr-do-sol". No primeiro dia, 2 de outubro, o público vai poder ouvir a guitarra de André Dias no espetáculo “Amália na voz da guitarra” e ainda a voz única de Fábia Rebordão; no segundo dia, 3 de Outubro, o terraço do Terminal de Cruzeiros de Lisboa vai receber a juventude de Maura, Tiago Correia, Buba Espinho, Joana Almeida no espetáculo “Fado Em Boas mãos” e também toda a qualidade de Helder Moutinho a provar que, para si, o  Fado estava mesmo “Escrito no Destino”.

Fábia Rebordão é considerada uma das vozes de referência da nova geração do fado. Aos 15 anos apaixona-se pelo fado e começa a cantar profissionalmente em casas típicas de Alfama como a “Taverna do Embuçado”, o “Clube de Fado”, entre outras. Embora o fado seja a sua grande paixão, Fábia tem outras influências: soul, bossa nova, morna blues e até o jazz. É esta versatilidade que leva Fábia a participar na segunda edição da “Operação Triunfo”, chegando à final e tornando-se conhecida do grande público. Em 2011 lança o disco de estreia produzido pelo cantor/compositor/produtor Jorge Fernando, com participação de Lura e da fadista Celeste Rodrigues. Em 2012 é distinguida pela fundação Amália com o prémio Revelação Amália Rodrigues e o Jornal Expresso considera-a uma das 50 personalidades revelação desse ano. Entre palcos nacionais e internacionais, o ano de 2016 marcou o regresso de Fábia Rebordão aos discos. A produção do novo álbum foi assinada mais uma vez por Jorge Fernando, desta vez acompanhado por New Max e Hugo Novo. Para além de composições da própria artista, conta com temas assinados por Rui Veloso, Jorge Fernando, Dino d’Santiago, Tozé Brito e Pedro da Silva Martins. Esse é um disco com alma de fado, mas que também congrega as suas diferentes referências musicais numa identidade muito própria. Em 2020, Fábia Rebordão prepara-se para lançar um novo disco de originais. No ano em que se assinalam 100 anos do nascimento daquela que é a rainha do fado e também a sua grande referência, Amália Rodrigues, este novo disco não deixará de fazer uma justa homenagem à diva e ainda levar-nos numa viagem pelo mundo musical de Fábia Rebordão. E essa viagem começa já dia 2 de Outubro, no Palco Ermelinda Freitas.

André Dias iniciou o seu percurso na guitarra portuguesa quando contava apenas 15 anos de idade. Começa como autodidata e um ano depois ingressa no Conservatório Regional de Artes do Montijo. No entanto é nas casas de fado de Lisboa que aprende a acompanhar fado, em espaços míticos como a “Casa de Linhares”, o “Luso”, a “Tasca do Chico” ou o “Faia”. Ao longo dos últimos 10 anos o guitarrista acompanhou algumas das maiores vozes do fado, como Carminho, Raquel Tavares, Camané, Jorge Fernando, Mísia, Pedro Moutinho e Fábia Rebordão. Na edição deste ano do Santa Casa Alfama apresenta o espetáculo “Amália na voz da guitarra”. É um espetáculo que consiste em tocar repertório de Amália Rodrigues na guitarra portuguesa, homenageando a diva no ano do seu centenário e homenageando também Carlos Gonçalves, um dos guitarristas e compositores mais importantes da história do Fado). Há ainda tempo para desfilar pelo repertório de guitarristas que fazem parte do seu crescimento enquanto músico – casos de Armandinho, José Nunes, Fontes Rocha, Alcino Frazão, José Manuel Neto, Domingos Camarinha, Carlos Paredes, Ricardo Rocha, entre outros. Desta forma, a guitarra de André Dias promete conquistar o público presente no Rooftop do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, dia 2 de Outubro.

Helder Moutinho é um dos mais carismáticos e genuínos fadistas da atualidade. Intérprete, compositor e poeta, profundo conhecedor dos segredos, códigos e mistérios do Fado, Hélder Moutinho tem mais de vinte anos de carreira consagrada à herança que recebeu dos seus familiares e dos grandes mestres com quem se cruzou ao longo da vida. E essa é uma herança que acarinha, preserva e amplifica num fado cada vez mais contemporâneo. Depois de alguns discos em que se dedicou à interpretação de fados tradicionais com os seus poemas fundadores ou com novos poemas (alguns da sua autoria), em 2013 editou “1987” e afirma-se perante a critica como um dos mais importantes intérpretes do século XXI. Três anos depois lança “O Manual do Coração”. Nesse disco todos os poemas foram assinados por João Monge a música ficou a cargo de nomes como Mário Laginha, Vitorino, João Gil, Zeca Medeiros, Manuel Paulo, Marco Oliveira, Pedro da Silva Martins ou Ricardo Parreira. E esse foi mais um álbum unanimemente louvado pelos amantes de fado e pela crítica. Em “Escrito no Destino”, o seu novo espetáculo, Hélder Moutinho canta o amor e a saudade, o passado e o futuro, a vida e as viagens – musicais, poéticas, metafóricas, temporais, geográficas…. Enquanto prepara a edição de um novo disco para este ano de 2020, do qual já conhecemos temas como “Atrás dos meus cortinados” ou “Nunca Parto Inteiramente”, o fadista apresenta-nos “as histórias das quais tem sido feito, (re)feito e (des)feito o seu destino de cantar ao fado” – num espetáculo a não perder, dia 3 de Outubro, no Palco Ermelinda Freitas, instalado no deslumbrante Rooftop do Terminal de Cruzeiros de Lisboa.

“O fado em boas mãos" – e, é caso para dizer, também em boas vozes... Eles são quatro dos mais novos e mais talentosos artista da novíssima geração, todos eles vencedores de diversos concursos de música na procura de novos talentos. Maura, Tiago Correia, Buba Espinho e Joana Almeida são promessas e ao mesmo certezas de que a identidade musical portuguesa dá garantias de futuro. Cada um com o seu estilo, cada um com as suas origens, trazem ao Rooftop do Terminal de Cruzeiros de Lisboa a juventude e a irreverencia de quem começa a fazer o seu caminho, sabendo bem de onde vêm e para onde caminham. Do fado ao cante, do blues ao pop, todas as influências concorrem para um concerto único a abrir a noite daquele que é o mais português dos festivais portugueses. “O fado em boas mãos" acontece dia 3 de Outubro no Palco Ermelinda Freitas instalado no Rooftop do Terminal de Cruzeiros de Lisboa.