quarta-feira, 29 de julho de 2020

A Vida Extraordinária do Português que Conquistou a Patagónia, de Mónica Bello



Diz a sabedoria popular que se dermos um pontapé numa pedra da calçada em qualquer  parte do mundo sai de lá um português. E na Patagónia, terra a que muitos chamam de «fim do mundo» não é excepção.
Depois de Fernão de Magalhães atravessar o estreito que mais tarde ficaria com o seu nome, foram muitos os navegadores portugueses que se aventuraram naquelas terras sem Deus.

A Vida Extraordinária do Português que Conquistou a Patagónia, o novo livro de Mónica Bello, conta a história de José Nogueira, um dos portugueses que ficou na memória e na história do Chile e que foi o mais bem-sucedido dos pioneiros da Terra do Fogo.

Apesar de ser um nome desconhecido para muitos portugueses, José Nogueira é tido no Chile como uma das pessoas que ajudaram a escrever a história da Patagónia. Teria 12 ou 13 anos quando trocou as margens do Douro por um convés de navio, para fugir à miséria. Passou por Malta, Rio de Janeiro, Peru e Buenos Aires, mas foi ali, «onde a geografia chilena enlouquece e a fria costa patagónica é um intrincado labirinto», que assentou arraiais. No vilarejo de Punta Arenas – terra de aventureiros, desterrados, índios, caçadores, deserdados e imigrantes – entre dois oceanos, nove minutos a sul do paralelo 53, na margem norte do estreito de Magalhães, José fez amigos, criou rivais, teve amores, fez fortuna, criou um império e passou de «o português» a «Don José».

Baseando-se em documentos oficiais da época, cartas, relatos e biografias de outros marinheiros e aventureiros que se terão cruzado com José Nogueira, Mónica Bello reconstrói com perspicácia e algum humor as pegadas deste português completamente desconhecido na sua pátria que, para o historiador chileno Mateo Martinic Beros, «se tivesse vivido 400 anos antes teria sido um Albuquerque, teria tido toda a Índia». Esta não é uma biografia baseada em factos reais. Esta é a história de vida de José Nogueira, marinheiro e terratenente. E é quase toda verdadeira.

Sinopse:
José Nogueira teria 12 ou 13 anos quando trocou as margens do Douro por um convés de navio. Como milhares de outros portugueses atirou-se ao Atlântico para fugir à miséria daqueles meados do século XIX que ainda havia de sangrar muitas outras gerações.
Fez-se marinheiro nos oceanos, homem nas ruas do Rio de Janeiro, caçador de lobos-marinhos no Pacífico Sul. Teria 19 ou 20 anos quando decidiu lançar amarras numa terra gelada e varrida por ventos do diabo, sem serventia que se visse.
Essa terra era Punta Arenas, para lá do paralelo 53 Sul, na margem norte do estreito que já levava o nome de outro português, o de Magalhães. Foi nesta desolada terra de aventureiros, desterrados, índios, caçadores, deserdados e imigrantes, um território de fronteira que já somava tragédias, que «o Português» construiu casa e fortuna e se tornou «Don José». Esta não é uma história baseada em factos reais. Esta é a história da vida de José Nogueira, marinheiro e terratenente. E é quase toda verdadeira.