quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Aprender a viver [e não “como viver”] com Montaigne



Michel de Montaigne (1533-1592) foi o primeiro ensaísta no verdadeiro sentido da palavra. Toda a sua obra pretendia responder a uma pergunta: como viver? Sarah Bakewell escreve a biografia do filósofo francês mostrando como, ao longo dos últimos 450 anos, a sua grande obra (uma das mais influentes da cultura universal) dialogou incessantemente com o passado e o futuro, falando-nos de nós mesmos.

Não como um guia, uma lição ou uma soma de conselhos, Como Viver. A Vida de Montaigne numa Pergunta e Vinte Tentativas de Resposta já foi distinguido com dois prémios na categoria de biografia (National Book Critics Circle Award e Duff Cooper Prize) e pode ser encarado como um amigo que fala ao leitor em confidência. «Ler Montaigne faz-nos experimentar um conjunto de choques de familiaridade que reduzem a nada os séculos entre ele e o leitor do século XXI», escreve Sarah Bakewell, que realça a audácia de o escritor se ter adaptado às desgraças públicas desviando a atenção para a vida privada.

«Montaigne apresenta-se como alguém que apontou tudo o que lhe vinha à cabeça quando pegava na pena, captou encontros e estados de alma à medida que estes ocorriam, e usou tais experiências como base para fazer perguntas a si mesmo.» Como viver com os outros, como encontrar um sentido para a vida, como enfrentar o envelhecimento, a perda, o amor ou a desilusão? Como manter um bom relacionamento com as pessoas, como lidar com a violência, como reagir à perda de um amigo querido? «Um autorretrato em movimento constante, tão vívido que praticamente salta da página e se senta ao nosso lado a ler por cima do nosso ombro.»

Traduzido por João Pedro Vala, chega às livrarias a 20 de outubro. «Acima de tudo, permanece como um encontro pessoal entre o escritor e o leitor.»

Sobre a Autora

Sarah Bakewell (1963) nasceu em Bournemouth e vive em Londres. Com a família (é filha de um livreiro e de uma bibliotecária), viveu na Índia e na Austrália; regressada a Inglaterra, fez um doutoramento sobre Heidegger. O seu primeiro emprego foi numa fábrica de chá, antes de se tornar bibliotecária e especialista em livros antigos. Escreveu At the Existentialist Café (sobre a importância da filosofia) ou The English Dane (sobre um aventureiro inglês na Islândia). Ensina na City University de Londres e dirige a catalogação de livros no National Trust.