Uma obra de referência a nível Nacional, que nos traz muita informação nova sobre a história do Fado.
Com coordenação de Paulo Lima (antropólogo).
Edição Comemorativa do Duplo Centenário do Nascimento de Maria Severa Onofriana (1820-1846) e dos Dez Anos da Inscrição do Fado na Lista representativa do Património Cultural Imaterial da Unesco (2011-2021).
Uma obra de referência a nível nacional, que nos traz muita informação nova sobre a história do fado.
Severa 1820 reúne mais de uma dezena de contributos que incidem sobre os três momentos fundacionais do fado enquanto canção de Lisboa: o nascimento de Maria Severa Onofriana, em 1820; a subida ao palco da peça de teatro “A Severa”, de Júlio Dantas, em 1901; a inscrição do Fado na Lista representativa do património cultural imaterial da Unesco, em 2011.
Fica de fora talvez o acontecimento histórico mais marcante de todos para o fado: o primeiro registo sonoro de uma voz a “cantar o fado”, ocorrido no Porto, no ano de 1900. No entanto, nesta obra editam-se em CD todas as faixas do primeiro filme sonoro português - A Severa - realizado por Leitão de Barros e estreado a 17 de Junho de 1931 e um outro CD intitulado “Outras Vozes” com interpretações de diversos cantores/fadistas desde 1906 até 1956.
Podemos afirmar hoje que Maria não nasceu no dia 26 de Julho de 1820, mas sim no dia dessa estreia, quando os espectadores viram e ouviram no cinema Severa a cantar. Nesse dia, a actriz Dina Tereza fez nascer para todos nós a primeira fadista de Lisboa.
Maria Severa Onofriana veio ao mundo um mês antes da Revolução de 1820 e dois anos antes da 1.ª Constituição Portuguesa. Aí se consagraram os direitos de liberdade de pensamento e de igualdade. Deixámos de ser súbditos para ser cidadãos.