quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

My French Film Festival: o cinema francês contemporâneo chega à Filmin



My French Film Festival, o festival de cinema online de língua francesa, continua na Filmin para oferecer aos amantes do cinema francês e de língua francesa de todo o mundo uma selecção de longas e curtas-metragens, de 17 Janeiro a 17 de Fevereiro de 2025. 

A partir de 17 de janeiro, o My French Film Festival regressa à Filmin trazendo uma seleção de filmes inovadores e emocionantes da mais recente produção cinematográfica francesa. O festival online, que já é um clássico para os amantes do cinema francês, apresenta uma vasta gama de títulos que vão desde dramas a comédias, passando por histórias de amor e de descobertas pessoais. 

Destaque para A Filha do seu Pai (La fille de son père), de  Erwan Le Duc, presente na última Semana da Crítica do Festival de Cannes, apresenta uma história delicada e comovente com poesia e humor retratando a cumplicidade fascinante entre um pai e uma filha, num filme interpretado brilhantemente por Nahuel Pérez Biscayart e Céleste Brunnquell. O filme explora as tensões familiares e o desejo de compreender o outro, através de uma narrativa introspectiva e de momentos de grande intimidade. A atriz principal, inspirada pela sua própria relação com o pai, oferece uma performance de grande sensibilidade, que torna este filme um dos maiores destaques do festival.

Com um tom mais provocador, Making Of de Cédric Kahn leva o público ao interior do processo criativo de um filme, mas com uma abordagem metacinematográfica. A história segue a criação de um filme dentro do filme, desafiando as fronteiras entre ficção e realidade. Kahn utiliza este conceito para questionar as dinâmicas de poder no ambiente artístico, criando uma reflexão profunda sobre a arte, o ego e os limites da verdade na representação cinematográfica.

Tempo de Amar (Le Temps d'aimer), de Katell Quillévéré, apresenta uma história de amor e descoberta durante a Segunda Guerra Mundial conduzida por uma dupla de atores notáveis: Anaïs Demoustier e Vincent Lacoste. Com uma estética visualmente requintada e uma narrativa que se desenrola lentamente, o filme explora as complexidades da juventude, o impacto da guerra nas relações humanas e a busca por um amor verdadeiro num cenário de destruição. Katell Quillévéré retrata com delicadeza a aceitação do outro e a busca de identidade em diferentes épocas. 

Em O Homem das Mil Caras (L'Homme aux mille visages), a realizadora Sonia Kronlund "explora" a figura de um homem, que, durante anos, enganou todos à sua volta criando uma vida falsa e uma carreira fictícia. Uma narrativa fascinante, entre documentário malicioso e ficção, cheia de mistérios e reviravoltas. Baseado em factos reais, mergulha nas complexidades da identidade e da mentira, oferecendo uma reflexão profunda sobre a fragilidade humana. 

O Homem de Argila (L'Homme d'argile), de Anaïs Tellenne questiona a nossa ingenuidade em relação à arte e ao amor, face à mercantilização dos corpos. A sua primeira longa-metragem é um thriller intimista com excelentes interpretações de Raphaël Thiéry e Emmanuelle Devos que oferece um retrato tocante e poético da vida de um escultor que luta para dar forma ao seu trabalho e à sua identidade. A história, carregada de metáforas e simbolismos, reflete sobre o processo artístico, a busca pela perfeição e os desafios da vida pessoal do criador. 



O festival terá também a comédia de culto Os Aprendizes (Les Apprentis), de Pierre Salvadori. Trinta anos após o lançamento em França interpretada por François Cluzet e Guillaume Depardieu, que interpretam maravilhosamente dois jovens adultos em busca de amor e sucesso. Através de personagens carismáticos e situações inesperadas, o filme aborda de forma irreverente as dificuldades e as peripécias de quem está à procura de uma oportunidade, ao mesmo tempo que reflete sobre a amizade e o amadurecimento. 

Para além das longas, há ainda uma selecção de curtas-metragens que marcaram os festivais  de Cannes e Clermont-Ferrand como Apneias, de  Nicolas Panay, O que pertence a César, de  Violette Gitton, Dentes Felizes, de  Joséphine Darcy Hopkins,  GiGi,  Cynthia Calvi, Inverno, de  Jean-Benoît Ugeux, Laços de Família, de  Hakim Atoui, Montsouris, de  Guil Sela,  As Aventuras Misteriosas de Claude Conseil, de  Marie-Lola Terver & Paul Jousselin e  Nube, de  Christian Arredondo Narváez & Diego Alonso Sánchez de la Barquera Estrada. 

Uma seleção emblemática da pluralidade e da criatividade do cinema francês e francófono.