A Orquestra Metropolitana de Lisboa vai apresentar-se, pela primeira vez em muito tempo, num concerto à noite no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém. Trata-se de Sinfonia do Destino, um programa que inclui obras de Mendelssohn (com a violinista Ana Pereira como solista) e de Beethoven, sob a direção do Maestro Pedro Neves.
Allegro molto appassionato (rápido com muita paixão). Assim começa este programa, com um dos mais célebres concertos para violino e orquestra de toda a História da Música, o Op. 64 de Felix Mendelssohn. Contrariamente ao que era corrente naquela época, cabe ao solista anunciar a entrada da orquestra. Neste caso, será a violinista Ana Pereira quem «entoará» a melodia que todos reconhecemos, e quem cuidará de uma das principais características desta obra: o efeito de continuidade que prevalece nos três andamentos, também eles tocados sem interrupções. Torna-se por isso oportuno que irrompam logo de seguida, sem demoras nem intervalos, as quatro notas que se juntam no (ainda mais célebre) motivo da Quinta Sinfonia de Ludwig van Beethoven. Para alguns trata-se de um chamamento do destino, para outros o princípio de uma caminhada inebriante que nos conduz de andamento em andamento até um final triunfante. Terminada em 1808, ao fim de quatro anos de maturação, esta composição tornou-se símbolo do romantismo musical, da ostentação da vontade individual e da idealização estética pura, intraduzível.