«Aquele que sabe sugerir aos homens um novo ideal, a fé no progresso moral da humanidade, torna-se o guia dos seus contemporâneos: Erasmo foi esse homem.» Parábola dos tempos modernos, Triunfo e Tragédia de Erasmo de Roterdão, de Stefan Zweig, celebra a vida e o pensamento deste grande viajante, confesso defensor do acesso à cultura e ao conhecimento. Publicado originalmente em 1934, este ensaio reflete as preocupações do escritor austríaco numa Europa sujeita aos totalitarismos e, pouco depois, à guerra.
Reformador audaz, Erasmo foi também amigo da tolerância e do diálogo, denunciando todos os fanatismos e opondo-se à rutura religiosa que iria ensanguentar a Europa. Foi o primeiro intelectual no sentido moderno, pai espiritual de Espinosa e de Voltaire. Sobre ele, a obra traduzida do alemão original deixa o seguinte recado final: «Neste legado de Erasmo lateja, com grande força criadora, uma promessa. Só confrontando-se com desafios que ultrapassam os homens e que parecem irrealizáveis é que os povos encontram a sua verdadeira e sagrada grandeza.»