sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Camané & Mário Laginha nomeados para os Grammy Latinos



O álbum de Camané & Mário Laginha “Aqui Está-se Sossegado”, lançado a 15 de Novembro de 2019, está nomeado na categoria de “Melhor álbum de Música de Raizes em Lingua Portuguesa”, na 21ª edição de entrega dos famosos Latin Grammy.

O incrível álbum que juntou dois nomes gigantes da música portuguesa, alcançou o primeiro lugar de vendas em Portugal e é agora destacado também a nível internacional com esta brilhante nomeação.

Sobre a nomeação Mário Laginha já mencionou: “Acabei de saber que eu e o Camané fomos nomeados para os Grammy Latinos. Completamente inesperado, para mim, mas motivo de grande alegria! Digamos que a viagem que tem sido este projecto se está a tornar uma bela aventura”.

Camané também já se pronunciou sobre esta nomeação afirmando que “É com enorme prazer e agradecimento aos Grammy Latinos que recebemos esta nomeação que reflete  o empenho com que foi feito este disco e projecto. Obrigado.”

Os vencedores serão conhecidos na noite de 19 de Novembro, na cerimónia anual de entrega dos prémios, considerada a noite mais importante da música latina.
 
Sobre “Aqui está-se Sossegado”
No início, era a voz e o piano. No início do Fado, isto é; quando a canção de Lisboa era convidada para os salões palaciais da aristocracia, era ao piano que se cantava, não à guitarra. Daí nunca veio mal ao mundo.

No início, mais tarde, era também uma voz – e não um mas dois pianos. A voz de Camané, a maior referência masculina da nova geração do Fado revelada na viragem do século XX para o século XXI, voz de um raro calor e versatilidade. Os pianos de Bernardo Sassetti e Mário Laginha, homens formados no jazz mas habituados a extravasarem o seu talento de músicos e de compositores para outras áreas. Juntos com Carlos Bica fizeram um espectáculo chamado Vadios, e deixaram água na boca para futuras colaborações.

Os anos foram passando, Camané e Mário foram-se reencontrando regularmente – nomeadamente no inédito Ai Margarida, composto por Mário sobre um poema de Álvaro de Campos, gravado por Camané em 2013.

E o fadista lançou ao pianista o desafio: continuar a explorar o Fado à voz e ao piano. Escolheu-se reportório. Fizeram-se concertos. E, rodada a ideia, rodado o reportório, gravou-se, finalmente, um disco.

Só podia ter acontecido assim: depois de Camané e Mário terem descoberto os cantos a uma casa (in)comum e nela se sentirem confortáveis. Depois da voz e do piano se entrosarem de tal modo que parece nunca terem feito outra coisa na vida.

Camané canta, com a voz que lhe conhecemos, com a entrega e a elegância que lhe reconhecemos. Mas também com a experiência de vida que foi acumulando desde que gravou os seus primeiros álbuns, revisitando temas que gravou ao longo da sua carreira com uma nova maturidade, capaz de abrir novas leituras e novos caminhos. Arriscando-se a gravar clássicos, de Amália ou Marceneiro ou Carlos Ramos, que parecia já serem definitivos – e que agora o voltam a ser.

Mário toca, com o talento que lhe conhecemos, com a versatilidade e o virtuosismo que lhe reconhecemos. Mas também com largos anos de experiência a partilhar o seu piano com outras vozes e outros instrumentistas, com a humildade e o talento dos grandes músicos. Intuindo de modo quase mágico quando avançar e quando recuar, o local certo para colocar as notas, o tempo certo para envolver a voz.
 
Juntos, Camané e Mário propõem um momento íntimo num confortável salão da casa que mobilaram. Um piano que serve uma voz que serve um piano, e que juntos servem as palavras de alguns dos maiores poetas portugueses, clássicos e contemporâneos, e as melodias ora do Fado tradicional ora da pena de compositores inspirados.

11 temas retirados ao cancioneiro do Fado ou à carreira de Camané, 5 inéditos nunca antes gravados. Um disco que nos convida a sentarmo-nos sem pressas e a desfrutar do talento de dois dos mais extraordinários nomes da música portuguesa. Juntos.

É assim que a grande música deve ser ouvida. Aqui, de facto, está-se sossegado!