«E se a nossa língua fosse subitamente invadida por palavras novas, inventadas ou reinventadas, emprestadas por idiomas misteriosos?» A pergunta dá o mote para Milagrário Pessoal, o romance de José Eduardo Agualusa que, onze anos depois da primeira edição, a Quetzal faz regressar às livrarias a 19 de agosto.
Fábula sobre a natureza e a origem das palavras, sobre o seu enigmático poder, sobre o feminino, o cruzamento e a mestiçagem de culturas, Milagrário Pessoal é um romance de amor e, ao mesmo tempo, uma viagem e um thriller literário em torno da língua portuguesa, percorrendo os diferentes territórios onde ela se fixou, recordando os seus intérpretes e criadores.
Iara é uma jovem linguista; o seu trabalho é recolher as palavras novas que aparecem todos os dias e incluí-las no dicionário. Uma tarefa nem sempre gratificante – até porque, na maior parte das vezes, se trata de neologismos de pouco interesse, em geral oriundos do inglês. Mas um dia faz uma descoberta incrível: alguém, ou alguma coisa, está a subverter a nossa língua de forma insidiosa, avassaladora e irremediável. Maravilhada, perplexa e assustada, a jovem procura a ajuda de um professor, um velho anarquista angolano, com um passado misterioso – e os dois iniciam a busca de uma coleção de misteriosas palavras, que, a acreditar num documento do século XVII, teriam sido roubadas à «língua dos pássaros». Mágico, envolvente e absolutamente original.
Sobre o Autor
José Eduardo Agualusa nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960. Estudou
Agronomia e Silvicultura. Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim. É romancista, contista, cronista e
autor de literatura infantil. Os seus romances têm sido distinguidos com os mais prestigiados prémios nacionais
e estrangeiros, como, por exemplo, o Grande Prémio de Literatura RTP (atribuído a Nação Crioula, 1998); também os seus contos infantis foram merecedores de prémios, como o Grande Prémio de Conto da APE e o
Grande Prémio de Literatura para Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian, respetivamente. O Vendedor de
Passados ganhou o Independent Foreign Fiction Prize, em 2004, e, mais recentemente, o romance Teoria Geral do
Esquecimento foi finalista do Man Booker International, em 2016, e vencedor do International Dublin Literary
Award (antigo IMPAC Dublin Award), em 2017.