Desilusões, tristeza, desapontamento, amargura e irritação profunda. Angola sai maltratada do derradeiro livro de Paul Theroux sobre África, O Último Comboio Para a Zona Verde, que a Quetzal faz chegar às livrarias a 4 de agosto, com tradução de Maria Filomena Duarte. «É assim que será o mundo quando acabar» foi a sentença de um amigo do autor, poucos dias antes de morrer, que motivou o fim da viagem: «Um itinerário de miséria humana não é gratificante.»
O novo título da coleção Terra Incognita é um documento impiedoso e de grande atualidade sobre a realidade africana, que não deixa incólume muitas figuras de proa que vivem e atuam no continente com o apoio do Ocidente. Trata-se de um livro-choque, em tom de reportagem e relato de viagem experimental entre cidades e desertos, florestas e longas praias africanas, sempre com uma honestidade implacável e desarmante – da Cidade do Cabo a Luanda. «Existe um ponto para além do qual a miséria não pode descer mais, nem piorar, e esse é o ponto a que chegaram estas cidades africanas. As pessoas vivem nelas com um espírito de renúncia», escreve Paul Theroux, numa reflexão que o leva à decisão final: «Estava a preparar-me para partir.»
Terra Incognita é o nome da coleção de literatura de viagens da Quetzal. Mais do que livros de viagens com um formato especial, Terra Incognita reúne títulos e autores que desprezam a ideia de turismo e fazem da viagem um modo de conhecimento.
Sobre o Autor
Paul Theroux nasceu no Massachusetts, em 1941, e vive atualmente entre Cape Cod e o Havai. Foi professor em Itália, no Malawi, no Uganda, e também em Singapura e Inglaterra. Escreveu romances, ensaios e alguns dos melhores livros de viagens de sempre, como O Velho Expresso da Patagónia, Comboio-Fantasma para o Oriente, O Grande Bazar Ferroviário, A Arte da Viagem e este O Último Comboio para a Zona Verde, todos publicados pela Quetzal.