sexta-feira, 1 de novembro de 2019

"Volúpia" de Florbela Espanca



Florbela Espanca, poetisa portuguesa, nasceu em 1894. Fernando Pessoa, escritor português, nasceu em 1888. Pablo Neruda, poeta chileno, nasceu em 1904. Patrick Phillips, escritor estadunidense, nasceu em 1970.

E o que têm esses nomes em comum? Por caprichos do destino, atravessando séculos, pelas mãos de um compositor brasileiro, todos têm as suas obras revisitadas e transformadas em canções.

Vinicius Castro transformou o Soneto XXV de Neruda em música em 2012. O resultado foi gravado pela cantora Karla da Silva no projecto Som na Sala. Em Nova York, já em 2017, Vinicius musicou 9 poemas do norte-americano Patrick Phillips, e lançou o álbum Broken Machine Project.

Mas o primeiro poema musicado por Castro vinha de Portugal: A Criança Que Ri Na Rua, de Fernando Pessoa, foi lançado em 2010 pela cantora Taiana Machado. A relação do compositor com o escritor português voltou a dar frutos em 2018 quando o músico se mudou para Lisboa. A convite da Casa Fernando Pessoa, Vinicius participou no evento Dias do Desassossego, para o qual musicou três trechos da prosa Pessoana - excertos do Livro do Desassossego e do Teatro Estático.

Em 2019, através do projecto Estúdio Quintinha Apresenta, Vinicius Castro juntou-se ao cinegrafista Rodrigo Rezende, da Miragem Films, para dar, mais uma vez, som e imagem para a prosa e poesia. Os vídeos são lançados no canal de Youtube do compositor.

Os três primeiros convidados registaram as adaptações da prosa Pessoana:

Agora, na edição de Outubro, o projecto traz a cantora Cristina Clara, interpretando o soneto Volúpia, da poetisa Florbela Espanca. A cantora revela, através da sua potente voz e bela interpretação, nuances de fado nas melodias brasileiras de Castro.