quinta-feira, 21 de novembro de 2019

A Ilha da Formiga, de Gabriela Relvas



Encontros, reflexões, amor, desapego e obsessões no quotidiano de uma mulher tão delirante e tão próxima de quem a lê.  
Gabriela Relvas transformou pensamentos, sentimentos, devaneios e expectativas que formigavam na sua mente em crónicas autobiográficas nas quais partilha com os leitores o seu processo de crescimento pessoal, desde que entrou na casa dos 30. Da reunião desses textos nasce o seu livro de estreia, A Ilha da Formiga, disponível a partir de hoje com a chancela da Coolbooks.

Conhecida dos espectadores televisivos por ter interpretado a jornalista Raquel Sarmento, na telenovela Belmonte, da TVI, dedicou cerca de metade da sua vida ao espectáculo e ao entretenimento. Em 2015, deu espaço à reflexão e resolveu partilhar os episódios e pensamentos do dia a dia no blogue A vida em play, onde publicou alguns dos textos que compõem este volume.

Para Gabriela Relvas, A Ilha da Formiga serviu-lhe e ainda serve como exercício. Aos leitores, a autora deseja que sirva como um compêndio de sabedoria sobre as mulheres, como um espelho de delírio e de normalidade e, sobretudo, como inspiração para uma vida liberta de pressões e obsessões.

Sinopse
Deixem-me voltar ao narrador, na tentativa de não me parecer tão eu e ficar mais à vontade para me falar. Talvez por nada particularmente emocionante acontecer, ela conta que aconteça. Então, à mínima oportunidade, elabora. A Ilha da Formiga estava-lhe atravessada! "Um nome cheio de potencial para ser uma vida inteira!"
Uma vida inteira aconteceu-me enquanto escrevia. Juntei um mais um. A Ilha da Formiga, um nome extraído do café das oito da matina, enquanto comia pão de alfarroba com azeite, que mais sabia a chocolate. Noutros cafés, outras coisas. Aconteceu-me a Helena, com a música espanta-merdas perfeita a provocar-me o ouvido. Invadiram-me Bestas, Dias de Glória e de Desapego. E dias em que o amor foi Amoras. O narrador nem sempre foi preciso. Aconteceu com o tempo. O tempo tolda-nos os pensamentos ao mesmo tempo que nos põe nus.
Naquela manhã, o nome Ilha da Formiga vestiu-me. Pôs-me pronta. Talvez dê nome a isto, pensei. Este estado de isolamento com mil pensamentos trabalhadores cheios de fome de voz. Alguns a fazerem-me cócegas, outros a foderem-me o juízo. É que isto de viver vai-nos às emoções.