quinta-feira, 30 de setembro de 2021

O amor habita em seres estranhos


Livros do Brasil publica Flush, um dos livros mais singulares e memoráveis de Virginia Woolf. Obra conta com ilustrações de Iratxe López de Munáin.

Ternurento, divertido, imaginativo, assim é este livro de Virginia Woolf. A partir da correspondência da escritora Elizabeth Barrett Browning, a célebre autora escreveu a biografia de Flush, criando assim um dos seus livros mais originais e inesquecíveis. Publicada em 1933 e escrita logo depois de As Ondas, esta obra encerra em si múltiplas leituras: não é somente a biografia de um cão e o relato de alguns dos momentos mais marcantes na vida da sua dona e fiel companheira de muitos anos. O livro é também uma reflexão sobre o modo de vida urbano. Nele, a autora tem a oportunidade de regressar a temas que lhe são queridos: a glória e a miséria de Londres, a diferença entre ricos e pobres, e o papel reservado à mulher naquela sociedade. Flush narra as peripécias da amizade de dois seres em tudo distintos, mas feitos do mesmo molde: um cocker spaniel «fogoso mas reflexivo», e uma poetisa «irritável e inquieta». Seria possível que cada um completasse o que estava dormente no outro? A presente edição da Livros do Brasil conta com ilustrações de Iratxe López de Munáin, que fazem desta pequena maravilha literária um extraordinário objeto artístico.

O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 7 de outubro.

Sobre a Autora

Virginia Woolf nasceu em Londres a 25 de janeiro de 1882, filha de Sir Leslie Stephen, escritor e historiador ilustre da Inglaterra vitoriana. Desde cedo ligada a grupos de intelectuais, casou em 1912 com Leonard Woolf e com ele fundou a editora Hogarth Press, responsável pela revelação de autores como Katherine Mansfield e T. S. Eliot e pela publicação das suas próprias obras. Reconhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo britânico, destacam-se entre os seus trabalhos os romances Mrs Dalloway (1925), Orlando (1928) e As Ondas (1931), assim como o ensaio Um Quarto que Seja Seu (1929). Após sucessivas crises depressivas e não suportando o isolamento provocado pelo agravar da Segunda Guerra Mundial, suicida-se a 28 de março de 1941, em Lewes.