Um D. João Português chega a Setúbal com várias sessões abertas ao público. Uma conversa sobre diferentes formas de levar os clássicos à cena, uma leitura de O mar (e de rosas), um ensaio aberto e duas apresentações, são os vários momentos em que os espectadores podem acompanhar este novo trabalho de Luis Miguel Cintra que, até ao final do ano, passará ainda por Viseu e Guimarães.
Ao longo de 2017, Luis Miguel Cintra e um grupo de actores que trabalharam consigo no extinto Teatro da Cornucópia constroem um espectáculo em quatro cidades, abrindo o processo de criação aos espectadores locais em várias fases do seu desenvolvimento. Trabalho de mesa, ensaios, conversas sobre dramaturgia ou espaço cénico; tudo o que está por detrás da criação de um espectáculo será motivo de debate nas sessões abertas ao público em Setúbal, durante a preparação do segundo bloco de trabalho, intitulado O mar (e de rosas).
D. João e Esganarelo estão envolvidos numa aventura junto ao mar. O protagonista seduz duas raparigas populares, duas pescadeiras, divertindo-se a gerar ciúmes entre as duas e o namorado de uma delas. Quer D. João, quer Esganarelo, surgem como marginais da sociedade, quase como num road movie. A pretensa riqueza correspondente à fama de nobreza de D. João é pura aparência. Não é junto dos pobres, nem junto dos fidalgos, que encontra o seu lugar na vida.