O Festival mais cool do inverno lisboeta está de regresso. Nos dias 24 e 25 de Novembro, o Vodafone Mexefest volta a tomar conta da Avenida da Liberdade, para mexer com a cidade. Depois das confirmações de Charles Bradley, Cigarettes After Sex e Aldous Harding, o cartaz tem mais dois nomes a não perder, garantindo a diversidade e (sempre) qualidade do cartaz: os Destroyer e o rapper português Valete.
A aventura Destroyer começou ainda na década de 90 para materializar o fulgor criativo de Dan Bejar (também um dos membros da banda The New Pornographers). Aquilo que, no início, era um projeto a solo não demorou muito até se transformar em banda. Os primeiros registos, como “City Of Daughters” ou “Thief”, trouxeram as comparações a David Bowie, mas também algum estranhamento: havia ali algo de diferente. Essa diferença, que vem da vontade de fazer sempre novo, não se perdeu pelo caminho e é uma das forças da banda de Vancouver.
“Kaputt”, registo de 2011, deixou a crítica e o público definitivamente rendidos ao som dos Destroyer. O sucesso deve-se a canções como “Blue Eyes” ou “Chinatown”, com pop, jazz, soft rock e uma série de outras influências ao serviço das palavras originais de Dan Bejar. O último disco “Poison Season”, editado em 2015, reforça a influência do jazz já notada em “Kaputt”. Mas as influências não se ficam pelo jazz, e vão de Frank Sinatra até à escritora brasileira Clarice Lispector, sem nunca perder um apelo pop irresistível presente em canções com “Times Square”, por exemplo. Com novo álbum prometido para este ano, é com novidades e em excelente forma que os Destroyer se vão apresentar no Vodafone Mexefest.
Formado em Ciências da Comunicação, Valete decidiu investir o seu espírito crítico ao serviço da música. O primeiro disco, “Educação Social”, colocou-o imediatamente na linha da frente dos rappers portugueses, com uma habilidade especial para dar voz a quem não a tem, tratando os problemas sociais com uma força poética invulgar. Estes atributos confirmaram-se em 2006 com o lançamento de “Serviço Público”. Temas como “Subúrbios”, “Monogamia” ou “Serviço Público” são alguns clássicos do hip hop português que saíram desse segundo disco de Valete.
Nos últimos anos Valete tem colaborado com outros artistas e projetos, mas foi adiando o lançamento de um novo álbum, fazendo crescer a expectativa dos fãs. A espera foi longa, mas chegou ao fim: 2017 foi o ano do regresso de Valete a estúdio e da edição surpresa de dois singles. O tema “Rap Consciente” é um grito de revolta contra um rap plástico, sem alma nem mensagem. O videoclipe tem a participação de Sam the Kid, Maze, Sagaz, Phoenix RDC, Kappa Jotta, B Skilla, Capicua, The Legendary Tigerman, entre outros, e conta já com mais de três milhões de visualizações no YouTube. “Poder” é um tema dedicado ao pai do rapper que faleceu em Abril de 2016. Segundo Valete, “Poder” “fala essencialmente de auto-superação e filantropia. Talvez as duas coisas pelas quais devemos viver”. No YouTube somam-se já mais de 1 milhão de visualizações. Espera-se, pois, um público afinado no concerto de Valete na edição deste ano do Vodafone Mexefest.
O bilhete único válido para os dois dias do Festival encontra-se à venda nos locais habituais, pelo preço de 40€ até 31 de Agosto, passando para 45€ a partir do dia 1 de Setembro e 50€ nos dias do Festival.