quarta-feira, 28 de abril de 2021

Ultramarino o novo álbum de Fred Martins


Chama-se Ultramarino o novo álbum do cantor, compositor e violonista brasileiro Fred Martins. Este é o sétimo álbum do artista, que vive há quatro anos em Portugal depois de uma temporada de sete anos na Espanha. Boa parte das canções deste disco foi composta no período em que Fred viveu entre os dois países.

Gravado no ano de 2019 em Lisboa, o álbum será lançado nas plataformas digitais simultaneamente pela gravadora brasileira Biscoito Fino e pelo selo europeu Alfa Music no dia 7 de maio. Um concerto de lançamento foi marcado para o dia seguinte, 8 de maio, em meio ao cenário espetacular da Quinta Camélia Gardens, em Sintra. A apresentação em formato voz e violão terá a participação especial da cantora portuguesa Joana Amendoeira, da cabo-verdiana Nancy Vieira e do baixista Rolando Semedo, também de Cabo Verde.

Ultramarino nasce do encontro com o premiado produtor musical e engenheiro de som Hector Castillo (ganhador de quatro Grammys latinos e colaborador de David Bowie, Björk, Lou Reed e Philip Glass, entre outros), que deixou registrado um depoimento captado em vídeo nos bastidores das gravações, e acrescentou: “Nós resolvemos trazer para este disco a proposta de valorizar a trama criada em performance voz & violão de Fred Martins, em que ambos são sempre gravados ao mesmo tempo, e inserimos também detalhes acústicos e eletrônicos, chegando a uma atmosfera onírica e intimista”.

Ultramarino conta também com participação de grandes músicos como Lui Coimbra (violoncelo), Glenn Patscha (teclados), Walter Areia (contrabaixo), Chris Wells (percussão), Jed Barahal (violoncelo), Rolando Semedo (baixo), Mili Vizcaíno (voz), Luis Coelho (guitarra Portuguesa), Jaques Morelenbaum (cello) e Marcio Dhiniz (bateria).

O repertório do álbum, que tem como fio condutor a base musical de linhagem bossanovista do artista, transita pelo samba, pelo blues e por sonoridades de influência moura (árabe), reafirmando a conexão musical entre África, Península Ibérica e Brasil. “Para mim, este álbum reflete e se alimenta da familiaridade musical e poética que, como brasileiro, experimento aqui em Portugal, no convívio com antigos e novos amigos daqui e/ou de origem africana”,  comenta Fred, que também fez os arranjos de Ultramarino.

Entre as treze faixas do disco, onze são inéditas, como as duas compostas em parceria com Alexandre Lemos: A filha da Porta-bandeira, em homenagem à escola Estação Primeira da Mangueira; e Fado Crioulo, inspirada no universo fadístico, aqui um tanto “transfigurado” pela bagagem melódico/harmônica do autor. Outra presença marcante neste novo disco é a parceria com Marcelo Diniz: juntos compuseram Zona Sul, que faz parte do grupo de canções mais “cariocas” do álbum e remete diretamente à bossa jobiniana ou ao samba-canção; Aragem, de construção minimalista sobre rítmica africana; Colibri, que evoca a leveza necessária para encarar tempos duros como o atual; e Aderaldo, gravada ao estilo “repentista”, com muita improvisação, um tema dedicado a Cego Aderaldo, célebre cantador e mestre do género.




Sobre Fred Martins

Cantor, instrumentista e compositor destacado em sua geração, Fred Martins, nascido no Rio de Janeiro, desenvolveu sua carreira influenciado pela bossa nova, o samba e a MPB. Aprofundou sua relação com a música brasileira ao transcrever partituras musicais de mestres da MPB, como Tom Jobim, Chico Buarque, Gilberto Gil e Dorival Caymmi, entre outros, para os famosos songbooks de Almir Chediak. Suas composições também vêm sendo interpretadas por nomes da MPB como Ney Matogrosso, Adriana Calcanhotto, Zélia Duncan, Maria Rita e MPB4, entre outros. Em Portugal, a cantora Joana Amendoeira acaba de lançar um álbum inteiro dedicado às canções de Fred Martins, em parceria com Tiago Torres da Silva. Suas músicas também estão em bandas sonoras de novelas da TV Globo, como o tema Depressa a vida passa, incluído em Órfãos da Terra.

Sua discografia inclui os álbuns Janelas (2001), seguido por Raro e Comum (2005), Tempo Afora (2008) e Guanabara (2009). Em 2011, gravou também Acrobata, em duo com Ugia Pedreira, na Galiza, e mais recentemente, em 2016, lançou o álbum Para Além do Muro do Meu Quintal.

Outro importante trabalho desenvolvido recentemente é o duo com o cellista Jaques Morelenbaum: foram três concertos em Lisboa, no outono de 2019 (veja os temas Por Um Fio e Coração Vagabundo), e também a gravação em estúdio do afro-samba Doceamargo, inserido no álbum Ultramarino.

Para além do lançamento de Ultramarino, Fred também faz parte do Projeto Rua das Pretas, produzido por Pierre Aderne e exibido pela RTP1, e de diversas outras produções musicais.

Fred Martins também gravou o especial de TV Tempo Afora (Canal Brasil), posteriormente lançado em DVD. Recentemente lançou o DVD A Música é meu País, exibido como especial de TV pelo Canal Brasil (Globosat) e pela RTP1 (Portugal). O artista também já participou de vários festivais internacionais, como Lula World Festival (Canadá), Tensamba, Músicas Portuárias e Cantos na Maré (Espanha), Jawhara Festival (Marrocos), entre outros. Em Portugal, destaque para sua participação nos festivais Músicas do Mundo e Dias da Música no CCB (Portugal).