terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Crónica Saúde - Joana Franco



Esta semana iremos transmitir mais informação acerca da importância do Sono para a nossa vida, para o nosso funcionamento orgânico e mental.
Cada ser humano tem um padrão próprio de sono, uns poderão ter necessidade de dormir mais cedo, outros mais tarde.
Também o despertar natural é variável de pessoa para pessoa.
Uns gostam de acordar cedo, outros têm necessidade de dormir até mais tarde. O padrão de sono é variável de pessoa para pessoa e é regulado por um relógio interno, variável de pessoa para pessoa.

Os seres humanos têm “um relógio” programado para estarem acordados durante o dia, quando existe luminosidade e dormir de noite, quando a luminosidade está reduzida ou inexistente.
O cérebro tem um ciclo de sono e um ciclo de vigília (estar acordado) que alternam entre si nas 24 horas. A este ritmo de sono/vigília de cada pessoa chama-se ritmo circadiano.

O sono é também condicionado pelo tempo que dormimos nas 24 horas. Se dormimos mal uma noite, teremos de dormir no dia seguinte para repor o equilíbrio.
A regulação do sono está dependente de mecanismos internos e de condicionantes externos.
O sono ocupa cerca de 1/3 da vida de cada um de nós.
Muitas pessoas apresentam problemas de sono, sendo a perturbação mais frequente a insónia, que afecta cerca de 10 – 15% da população.

Não há dúvida de que depois de dormirmos, sentimo-nos mais alerta, mais felizes e com melhor capacidade para funcionar.
Vamos então perceber melhor para que é que dormimos, para que serve o sono. 
Existiram várias teorias sobre a função do sono. Actualmente a teoria mais aceite explica que o sono permite mudanças na estrutura e organização cerebral, a que se chama plasticidade cerebral. É conhecido o papel do sono no desenvolvimento do cérebro dos bebés e das crianças.
Quando dormimos, o que se passa no nosso cérebro?
Foi com a invenção do eletroencefalograma (EEG), que os cientistas conseguiram estudar o cérebro enquanto dormimos, de uma forma que antigamente não era possível.

Num laboratório de sono o EEG captura os quarto tipos de ondas cerebrais que ocorrem durante o estado de vigília e sono e que podem ser medidas na sua frequência e amplitude habituais:
Ondas BETA - ocorrem quando estamos acordados (vigília). Têm a maior frequência e a mais baixa amplitude, quando comparadas com as outras ondas.
Ondas ALFA - ocorrem durante a vigília e nos períodos de relaxamento (durante a meditação, por exemplo). São ondas mais lentas e têm menor amplitude e variabilidade que as ondas beta.
Ondas TETA - ocorrem durante o estadio 1 e 2 e são mais lentas em frequência e maiores em amplitude que as ondas alfa.
Ao longo da passagem do estadio 1 para o estadio 2 a actividade das ondas teta mantêm-se; surgem os fusos e os complexos K (aumentos súbitos de amplitude).
Ondas DELTA - ocorrem no estadio 3 e são mais lentas e de maior amplitude.

Vamos então entender melhor quais são e o que são os estadios do sono.
Normalmente o sono é dividido em dois tipos NREM: Sono do movimento não rápido dos olhos e REM: Sono do movimento rápido dos olhos. Baseado nas alterações encontradas no EEG o sono NREM é dividido em 4 fases (1,2,3,4).

Estes dois estadios e fases vão-se repetindo durante o sono e ocorrem em ciclos alternados, num total de 4 a 6 ciclos. Num adulto jovem o sono NREM ocupa cerca de 75 a 90% do tempo de sono e o sono REM ocupa 10 a 25% do tempo de sono.
De acordo com a Fundação Nacional de Sono (nos EUA) ao longo da vida, a duração do tempo de sono tende a diminuir com a idade.

Para a semana continuaremos a explicar o que são as fases de sono e os seus estadios, tal como estilos de vida, a sua relação com o sono eficaz e alterações que ocorrem durante o sono.
Muito obrigada por continuar desse lado.
Cuide de si e da sua Saúde. Sempre!

Apresentação Joana Franco

Chamo-me Joana Franco, tenho 32 anos, e sou natural de Geraldes, aldeia pertencente ao Concelho de Peniche.
Enfermeira de Profissão, terminei o Curso de Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Francisco Gentil, em Lisboa, no ano de 2010.
Nos anos mais recentes abracei desafios noutros países, nomeadamente Dubai onde fiz parte um projecto na área de Turismo, e em Inglaterra, onde trabalhei como Enfermeira em “Nursing Homes”, a cuidar de Pessoas com Demência.
Em Portugal, demonstrei o meu trabalho como Enfermeira no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Hospital Júlio de Matos e, actualmente, trabalho na Clínica Psiquiátrica de Lisboa, em Telheiras.
Sou uma pessoa que aceita novas aventuras e, como tal, aceitei o convite de escrever para o Blog ‘Cultura e não Só’, em que apresento novos pontos de vista e dicas para tornar melhor a saúde do leitor.