terça-feira, 19 de janeiro de 2021

O Marinheiro Que Perdeu as Graças do Mar, de Yukio Mishima


Título há muito esgotado em Portugal após variadíssimas reimpressões, O Marinheiro Que Perdeu as Graças do Mar vem enriquecer o legado de Yukio Mishima no catálogo da Livros do Brasil  

«A glória, como vós sabeis, é uma coisa amarga», lemos no derradeiro parágrafo do novo título da coleção Dois Mundos, O Marinheiro Que Perdeu as Graças do Mar. Nestas páginas, Yukio Mishima exprime as suas grandes preocupações de sempre: a exigência do rigor, o imperativo da força física e moral, o louvor da vida conduzida não pelas paixões mas em nome da honra.

Nesta alegoria, somos testemunhas de um amor que ultrapassa ventos e marés, mas que, ao olhar de um adolescente e seus amigos, é sintoma de uma fragilidade humana perigosa e inaceitável. Em resultado disso, nesta que é uma das histórias mais lidas do autor japonês por todo o mundo e já adaptada ao cinema, o desfecho não poderá ser senão brutal.


SOBRE O LIVRO

Rapazes de treze anos, Noboru e o seu grupo rejeitam os valores do mundo dos adultos, tão voláteis às paixões, tão desligados do verdadeiro sentido da existência. Quando a sua mãe conhece o marinheiro Ryuji e se envolve com ele, o rapaz fascina-se com as histórias de aventuras no alto-mar, com a coragem e a calma daquele homem, com a solidez do seu corpo. Mas o grupo não se rende facilmente a encantos e, assim que o marinheiro desilude os seus ideais fundamentalistas, monta e põe em marcha um cruel plano de vingança. Um dos mais breves e poderosos romances da obra de Yukio Mishima, O Marinheiro Que Perdeu as Graças do Mar foi publicado originalmente em 1963, revelando um olhar de um radicalismo brutal sobre a honra perdida de uma sociedade japonesa irremediavelmente transformada pela guerra.