terça-feira, 8 de setembro de 2020

Crónica Saúde - Joana Franco


A memória é-nos fundamental. Assim sendo abordaremos esta semana as melhores formas para a cuidarmos e mantermos funcional.

Existem várias condições que contribuem para a alteração da memória, tal como já foi referido na semana anterior. Incluem doenças cardiovasculares, colesterol elevado, hipertensão arterial, diabetes e alterações hormonais (por exemplo, hormonas tiroideias, menopausa). Consulte o seu médico de forma a identificar e corrigir alguns destes problemas.

Existem várias formas de cuidar da sua memória, quer como prevenção, quer como tratamento, assim como através de medidas específicas a nível cerebral e outras medidas gerais, a nível sistémico:

 Exercite o seu cérebro:

- Ensine-lhe algo de novo. A novidade estimula, reforça e cria novos circuitos cerebrais. Aprenda uma língua, toque um instrumento, faça um exercício diferente, cozinhe.

- Desafie-o. Dê-lhe atenção, concentração e graus de dificuldade crescente. Palavras cruzadas, sudoku, jogos de tabuleiro. Não vá sempre pelo mesmo caminho.

- Recompense-o. Com actividades que lhe dão prazer, satisfação, escolhidas por si e a seu gosto.

Exercite o seu corpo: a prática de exercício físico aumenta a disponibilidade de oxigénio no nosso cérebro, reduzindo o risco de doenças como diabetes e doenças cardiovasculares, que podem provocar perda de memória. Para além disso, reduz os níveis de hormonas de “stress” - relaxa o cérebro.

Pode fazer corrida, caminhada, natação, bicicleta ou outra qualquer actividade física a seu gosto. Trinta minutos sem interrupções. O número de vezes que achar melhor. Pode ser uma vez por semana.

De manhã espreguice-se. No trabalho faça uma pausa e espreguice-se. Realize alongamentos. alongamentos. Tudo isto exercita e relaxa o cérebro.

Promova uma boa higiene do sono – a privação de sono interfere com a memória, afectando também a criatividade, a clareza do pensamento e a capacidade de resolver problemas. Está também comprovado que é durante o sono, nomeadamente nas fases profundas do mesmo, que ocorre grande parte da consolidação da memória, o chamado “dormir sobre o assunto”. Permite formação de novas memórias e o recordar de memórias antigas.

Alimente-se de uma forma saudável e equilibrada.

Ocupe-se socialmente – existe cada vez maior evidência de que uma vida social activa atrasa o declínio de memória. Isto pode ser feito através de amizades sólidas e positivas, trabalho voluntário em equipa, participação em clubes sociais, ocupe-o com a companhia de um animal de estimação. Tudo bons exemplos que poderá levar a cabo e que são extremamente positivos. 

Confie na sua memória – pessoas que não acreditam ter controlo sobre a função da própria memória, têm menor probabilidade de a treinar e desenvolver, acabando por perder capacidades. Isso contribui para manter os mitos relativos ao envelhecimento e perda de memória.

Adeqúe os níveis de stress – o stress crónico está associado à destruição de células no nosso cérebro, prejudicando a formação de novas memórias e o recordar de memórias antigas.

- Estabeleça objectivos realistas (incluindo a capacidade de dizer não);

- Faça pausas ao longo do dia;

- Faça um balanço adequado entre trabalho/lazer;

- Dedique-se a uma tarefa de cada vez, e passe à seguinte (evitando o multitasking);

Até para a semana. Cuidem sempre da vossa saúde. Da vossa e da dos que os rodeiam. Procure ajuda especializada quando necessário, sem preconceito. Uma boa semana para todos.


Apresentação Joana Franco

Chamo-me Joana Franco, tenho 32 anos, e sou natural de Geraldes, aldeia pertencente ao Concelho de Peniche.
Enfermeira de Profissão, terminei o Curso de Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Francisco Gentil, em Lisboa, no ano de 2010.
Nos anos mais recentes abracei desafios noutros países, nomeadamente Dubai onde fiz parte um projecto na área de Turismo, e em Inglaterra, onde trabalhei como Enfermeira em “Nursing Homes”, a cuidar de Pessoas com Demência.
Em Portugal, demonstrei o meu trabalho como Enfermeira no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Hospital Júlio de Matos e, actualmente, trabalho na Clínica Psiquiátrica de Lisboa, em Telheiras.
Sou uma pessoa que aceita novas aventuras e, como tal, aceitei o convite de escrever para o Blog ‘Cultura e não Só’, em que apresento novos pontos de vista e dicas para tornar melhor a saúde do leitor.