Cinco crianças atravessam um dos universos literários mais importantes de Gonçalo M. Tavares e apenas querem o que todos desejam: sobreviver enquanto crescem. É esta a premissa deste universo e de O Diabo, o terceiro livro no projecto a que o premiado autor português chama Mitologias e que sucede a A Mulher-Sem-Cabeça e o Homem-do-Mau-Olhado e a Cinco Meninos, Cinco Ratos. Um mundo que mistura homens, máquinas, animais e objectos numa mitologia do século XXI em que «a apetência técnica substitui a bondade», e que pode ser lido por qualquer ordem de entrada. Passados mais de 20 anos de carreira literária (Livro da Dança foi publicado pela primeira vez em 2001), a sessão de lançamento de O Diabo decorre a 8 de outubro, às 19h30, no FOLIO, em Óbidos.
O Diabo, pela mão de Gonçalo M. Tavares, retrata um mundo que não tem um espaço ou um tempo definidos, um lugar imaginário, mas que adquire lógica interna e regras próprias, um universo habitado por personagens onde o referencial é aquilo que nos vai sendo contado. Aqui a verdade científica e as suas regras pouco importam. Dotados dessa ampla liberdade, os leitores deambulam entre narrativas fantásticas que tanto actualizam explicações para um mundo em que vivemos como retratam traços marcantes da natureza humana que o habita.
É um universo onde encontramos valores fundamentais, território privilegiado do mito, como o bem e o mal, o medo e a coragem, a tranquilidade e a violência, o desconhecido e o familiar. Nas livrarias a 22 de setembro.
Sobre o Autor
Gonçalo M. Tavares é autor de uma vasta obra que está a ser traduzida e editada em
cerca de sessenta países, em algumas das mais prestigiadas editoras, com livros que fazem
dele um dos mais inovadores e mais traduzidos escritores europeus contemporâneos.
Recebeu importantes prémios literários em Portugal e no estrangeiro. Recentemente, Le
Quartier (O Bairro), o seu mais extenso projecto literário, recebeu o prestigioso Prix Lure
Bataillon 2021, atribuído ao melhor livro traduzido em França, sucedendo assim à Nobel
de Literatura Olga Tokarczuk, que recebeu este prémio em 2019, e ao escritor catalão
Miquel de Palol. Ao longo das suas várias edições, já receberam o Prix Laure Bataillon
autores como Giorgio Manganelli, Bohumil Hrabal, W.G. Sebald, Derek Walcott, John
Updike, Hugo Claus e Hans Magnus Enzensberger, entre outros.
Ainda em 2021, O Osso do Meio foi premiado no Oceanos, e Diário da Peste, publicado
nesse ano em Portugal, foi também alvo de uma ampla publicação internacional, estando
a ser traduzido em sete países. Alguns prémios internacionais: Radoje Tatić Translation
Award 2014 (Croácia, com Histórias Falsas); Prix Littéraire Européen 2011 (França, com
Mr. Kraus and Politics); Special Prize of the Jury of the Grand Prix Littéraire du Web
Cultura 2010 (França); Prix du Meilleur Livre Étranger 2010 (França, com Aprender a Rezar
na Era da Técnica); Prémio Portugal Telecom 2007 (Brasil); Prémio Internazionale Trieste
2008 (Itália); Prémio Belgrado 2009 (Sérvia); Prémio Portugal Telecom 2011 (Brasil);
Prémio Margarita Michelena 2019 (México, com Uma Menina Está Perdida no Seu Século
à Procura do Pai), Prémio Oceanos, 2021. Foi por diferentes vezes finalista do Prix Médicis
e do Prix Femina. Já recebeu diversos prémios pelo conjunto da sua obra, como o Prémio
Literário Vergílio Ferreira pela «originalidade da sua obra ficcional e ensaística, marcada
pela construção de mundos que entrecruzam diferentes linguagens e imaginários.»
Vasco Graça Moura escreveu que Uma Viagem à Índia dará ainda que falar dentro de cem
anos. Vila-Matas comparou-o a Kafka.
Os seus livros deram origem, em diferentes países, a peças de teatro, dança, peças
radiofónicas, curtas-metragens e objectos de artes plásticas, vídeos de arte, ópera,
performances, projectos de arquitetura, teses académicas, etc.