sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Super Bock em Stock 2022



Depois das férias, setembro é mês de regresso ao quotidiano e de organizar as agendas, e há dois dias a marcar: 25 e 26 de novembro. O Super Bock Em Stock está de volta e traz alguma da melhor nova música do momento, distribuída pelos vários palcos espalhados pela Avenida da Liberdade e pela Baixa de Lisboa. 
No Festival mais bonito da cidade a paisagem urbana é o cenário para ficar a conhecer algumas das propostas mais interessantes da atualidade. Depois das primeiras confirmações de Alfie Templeman, Obongjayar, Porridge Radio e They Hate Change, juntam-se ao cartaz Bala Desejo, Miami Horror, Sudan Archives, The Clockworks, TV Girl e W. H. Lung.

Bala Desejo

Bala Desejo é o nome dado ao acontecimento-encontro dos músicos cariocas Dora Morelenbaum, Júlia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra. Amigos desde a época da escola, os quatro começaram a chamar a atenção após algumas participações nas lives temáticas no Instagram da cantora Teresa Cristina. Tal movimentação culminou no lançamento do álbum de estreia do grupo, intitulado “Sim Sim Sim”. Em 2020, cada um dos músicos seguia um caminho diferente nas suas respetivas carreiras musicais. Cada integrante viveu a própria solidão e processo criativo no período de isolamento. Quando decidiram morar juntos, a residência tornou-se sinónimo de imersão, resultando numa sonoridade que se faz nostálgica no imaginário do público, mas de vanguarda na proposta embalada… A concretização de Bala Desejo como grupo veio a partir do convite do Coala Festival para a edição de 2021, posteriormente adiada por causa da pandemia. Com a impossibilidade do evento, surgiu a ideia da gravação de um disco. “Sim Sim Sim” conquistou o público e a crítica graças a canções como “Baile de Máscara (recarnaval)” e “Lambe Lambe”. E este “recarnaval” também vai ser vivido em pleno Super Bock em Stock, no dia 25 de novembro.

Miami Horror

Fundados por Benjamin Plant, os Miami Horror são uma das bandas mais interessantes do atual panorama musical australiano. Responsáveis por uma eletrónica desafiante, fortemente influenciada pelas décadas de 70 e 80, e por nomes como Prince, Supertramp, ABBA ou até, já noutros territórios, por bandas como os New Order. Os Miami Horror são o projeto pessoal do músico Benjamin Plant, que juntou Josh Moriarty (guitarra e voz), Aaron Shanahan (guitarra e voz) e Daniel Whitechurch (baixo, teclados e guitarra) a esta aventura que partiu de Melbourne para o mundo, conquistando todos aqueles que são apaixonados pela música de dança com um forte apelo pop, como é o caso. Em 2010 editaram o primeiro disco: “Illumination”. Desde aí não pararam de surpreender e de incendiar as pistas de dança, alcançando milhões de audições nas plataformas de streaming graças a temas como “I Look To You (feat. Kimbra)”, “Real Slow (feat. Sarah Chernoff)”, “Holidays (feat. Alan Palomo)” ou “Sometimes”. Em 2015 editaram “All Possible Futures”, um caldeirão onde cabem o universo psicadélico, dreampop, disco, acid house, entre muitos outros géneros. Em 2021 assinalaram o 10º aniversário de “Illumination” com edição especial com os temas da edição original, B-Sides e remixes. Está visto que os Miami Horror vão animar o Super Bock em Stock, no dia 26 de novembro.

Sudan Archives

Sudan Archives é uma daquelas artistas capazes de surpreender pela sua irreverência. Começou por dar nas vistas como uma violinista de vanguarda, munida de um pedal de loop que dava um colorido especial às suas performances. Mas ela vai muito além da curiosidade inicial que pode suscistar: Sudan Archives é uma cantora poderosa, uma compositora apaixonada e uma beatmaker empenhada em desafiar os seus próprios limites. Ela cativou o público com seu som híbrido em festivais como Coachella, Pitchfork Midwinter e FORM: Arcosanti, dividindo o palco com nomes como St Vincent, Ibeyi ou Michael Kiwanuka. Nestes concertos Sudan Archives deu a conhecer os seus primeiros EPs pioneiros, como “Sudan Archives” (2017) e “Sink” (2018), e também o seu disco de estreia, “Athena” (2019). Neste registo Sudan oferece-nos uma visão realmente magnética e psicadélica de um R&B ao qual é difícil ficar indiferente. A artista atua dia 26 de novembro, no Super Bock em Stock.

The Clockworks

Os ingleses The Clockworks provam que o Reino Unido continua a dar ao mundo algum do melhor rock da atualidade. Formados por James McGregor (voz e guitarra), Seán Connelly (guitarra), Damian Greaney (bateria) e Tom Freeman (baixo), os Clockworks já conquistaram o público e a crítica com a sua energia alimentada por inconfundíveis linhas de guitarra sintonizadas com a melhor tradição pós-punk. A banda tem recebido a atenção de publicações como The Guardian, The Independent e Hot Press, e de rádios como BBC Radio 1, BBC 6 e Sirius XM, graças a singles certeiros como “Feels So Real”, “Enough Is Never Enough”, “Can I Speak To A Manager?”, “The Future Is Not What It Was”, entre outros temas de um arsenal de canções cada vez mais poderoso. Em 2022 editaram aquele que é o seu primeiro EP. Neste registo homónimo os Clockworks mostram ser uma banda capaz de explorar as sombras da existência sem nunca perder uma energia e uma vitalidade que certamente vão conquistar o público português, dia 26 de novembro no Super Bock em Stock.

TV Girl

À primeira audição TV Girl parece uma fusão da pop francesa da década de 60 com a melhor soul do sul da Califórnia. No entanto, por detrás deste verniz mais luminoso, há uma banda que também se sente confortável em territórios mais sombrios, empenhada em escrever canções que não fogem nem à melancolia, nem à ironia e ao sarcasmo. O grupo formado por Brad Petering, Jason Wyman e Wyatt Harmon, nasceu do interesse crescente de Petering pelo mundo dos samples. Em 2014 editaram o seu primeiro disco. “French Exit” foi aclamado pela crítica graças a uma combinação perfeita entre uma escolha criteriosa de samples, guitarras elegantes e vozes etéreas ao serviço de um belo conjunto de canções. As pistas deixadas neste primeiro registo foram seguidas nos discos seguintes. “Who Really Cares” e “Death of a Party Girl” elevam a fasquia, tanto em termos musicais, como em termos líricos, oferecendo uma série de canções que prometem fazer as delícias do público do Super Bock em Stock. TV Girl sobem ao palco no dia 25 de novembro.

W. H. Lung

Manchester sempre nos deu boa música e os W. H. Lung provam que a cidade continua a inspirar alguns dos melhores músicos da atualidade. O trio formado Joseph E (voz e sintetizadores), Tom S (guitarra) e Tom P (baixo) tem conquistado o público e a crítica com a sua proposta de synth-pop perfeitamente adaptada ao espírito destes tempos. Aquele que começou por ser um projeto de estúdio rapidamente deu o salto para as performances ao vivo. Depois da estreia com o single “Inspiration!/Nothing Is”, editado em 2017, o grupo conquistou o público de festivais como o Green Man ou End of the Road. Influenciados por nomes como LCD Soundsystem, Talking Heads, Prince e Julia Holter, além dos inevitáveis Kraftwerk, W.H. Lung têm consolidado a sua própria personalidade artística. Em 2019 editaram o seu disco de estreia, “Incidental Music”, precedido por singles como "Bring It Up," "Second Death of My Face” e "Simpatico People.". Em 2021 regressaram aos discos com “Vanities”, um registo ainda mais refinado e cujas canções serão postas à prova do público português, dia 26 de novembro, no Super Bock em Stock.