segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Música e poesia unidas pelo fado



Chega pelas mãos de Maria do Rosário Pedreira e Aldina Duarte uma antologia de notáveis escritores que deram uma nova expressão a essa forma de ser tão portuguesa que é o Fado. Unidos pelo fio da música e da poesia, Esse Fado Vaidoso junta uma galeria de autores e intérpretes que transformou o modo como fado é visto e divulgado hoje em todo o mundo.

Há poemas do fado tradicional que têm atravessado gerações e continuam a emocionar como clássicos intemporais. Trata-se, geralmente, de temas que construíram uma mitologia do fado, da sua melancolia, da sua relação amorosa, da paixão, do ciúme, da saudade, e ainda do destino a que não se foge, do abandono, do desencontro, da separação ou da esperança desenganada. Com a renovação do seu estilo, muitos outros poetas começaram a escrever para as novas vozes que surgiram e revolucionaram o género, transformando-o numa forma de expressão mais universal.

Aldina Duarte é uma das grandes vozes do fado contemporâneo e Maria do Rosário Pedreira, uma das autoras de letras para fado mais importantes: escreveu para a própria Aldina Duarte e também para António Zambujo e Carlos do Carmo. Juntas organizaram Esse Fado Vaidoso, antologia monumental dessa poesia transcrita para o fado, dos trovadores medievais a Pessoa, Pedro Tamen, Lídia Jorge ou mesmo José Luís Peixoto.

Sobre as Autoras

Maria do Rosário Pedreira (Lisboa, 1959) Editora, romancista e poetisa, tem sido uma das autoras mais populares na renovação do género, escrevendo para intérpretes como Carlos do Carmo, Aldina Duarte, Camané ou António Zambujo. A sua Poesia Reunida (2012) está publicada na Quetzal. O Meu Corpo Humano (Quetzal, 2022) é o seu mais recente livro de poemas. 

Aldina Duarte (Lisboa, 1967) é uma das grandes vozes da nova expressão do fado. O seu disco de estreia, Apenas o Amor (2004), é um dos emblemas do género. Os sete discos seguintes, bem como a sua ligação à nova poesia do fado, confirmam o seu lugar de topo.