Em 1917, há mais de cem anos, assistiu-se a uma luta devastadora na Rússia após o colapso do império czarista. Muitos consideram esta selvagem guerra civil como o evento mais influente da era moderna. Uma guerra civil que mudou o mundo e que Antony Beevor explica no livro Rússia – Revolução e Guerra Civil (1917-1921), que a Bertrand faz chegar às livrarias a 3 de novembro, com tradução de Marta Pinho, Pedro Silva e Pedro Vidal.
Mais de dez milhões de pessoas morreram neste que não foi apenas um conflito interno entre os vermelhos, em torno do Exército Vermelho de Trotsky e da ditadura comunista de Lenine, e os brancos, uma aliança incompatível composta por socialistas moderados e monárquicos reacionários. «Uma existência pior do que tudo o que descreveram Dickens, Hugo ou Zola. O único desastre capaz de piorar ainda mais a vida dos pobres na Rússia foi um grande conflito europeu», escreve o autor no prefácio.
O receio de que a revolução se estendesse para fora da Rússia levou à intervenção de diversos exércitos estrangeiros – Grã-Bretanha, França, EUA, Japão, Itália, Sérvia e Roménia – bem como de antigas partes do império russo – Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia e Geórgia. O Exército Vermelho incluiu, ainda, muitas unidades de voluntários «internacionais», ex-prisioneiros de guerra dos exércitos alemão, austríaco, húngaro e búlgaro.
«Os dois extremos destruíram-se entre si em ambos os casos e o círculo vicioso de retórica e violência foi um fator decisivo na ascensão de Hitler e na própria Segunda Guerra Mundial», explica Beevor. Em todo o mundo, os seus horrores e destruição desencadearam o terror do bolchevismo e da vingança branca. «Nenhum país consegue escapar aos fantasmas do seu passado, muito menos a Rússia.»
Sobre o Autor
Antony Beevor é professor universitário, historiador militar e escritor. Estudou na Academia Militar de Sandhurst e
pertenceu ao 11º Regimento Hussardo do Exército Britânico. Em 2014, recebeu o Pritzker Literature Award for Lifetime
Achievement in Military Writing, atribuído pelo Museu Militar e Biblioteca Pritzker e, em 2016, a Norton Medlicott
Medal for Service to History. Em 2017, foi armado cavaleiro na New Year’s Honour List.